São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Jeffrey Eugenides fala da tristeza americana

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

No romance de estréia do escritor americano Jeffrey Eugenides, "Virgens Suicidas", todos os homems são vítimas de suas lembranças. Como um grupo de detetives, tentam desvendar o grande mistério de suas vidas: as paixões adolescentes. E amores suicidas.
Lançado no mercado americano no final do ano passado, e agora lançado no Brasil pela editora Rocco, "Virgens" se tornou imediatamente uma unanimidade para a crítica americana. E até mesmo na Europa, onde a imprensa britânica comparou seu livro ao "Apanhador no Campo de Centeio", de J.D. Salinger, o romance de formação de toda uma geração de americanos.
Mas, se nos anos 50 Salinger promovia uma leitura cínica do otimismo sem fim que a América parecia ter naqueles anos, Eugenides produz um conto de fadas sobre o subúrbio. Menos do que a chocante idéia do suicídio, uma história sobre o que há de misterioso na vida comum.
Americano de origem grega, Jeffrey Eugenides chega a literatura americana fugindo do modelo do jovem autor de sucesso. Não se enquadra na imagem do escritor que vive mais do que consegue criar para a mídia do que de seu trabalho.
Em entrevista concedida por telefone para a Folha, Eugenides fala de seu primeiro romance, a adolescência e as comparações com o escritor J.D. Salinger.

Folha - Seu romance "Virgens suicidas" fala de uma extrema tensão da adolescência, quando se descobre o amor, a liberdade e a destruição. Como surgiu a idéia do romance?
Jeffrey Eugenides - A idéia surgiu por acaso, quando estava na casa de minha irmã e a baby-sitter de meus sobrinhos nos contou sua estranha história, de que ela e suas irmãs haviam temtado se matar, devido à "pressão". O livro surgiu desse caso. Não há nada de pessoal na história de "Virgens Suicidas".
Folha - O livro, a história da fascinação de um grupo de adolecescentes e sua paixão pelas garotas da família Lisbon se parece com um "romance de formação", à maneira de J.D. Salinger e seu "O Apanhador no Campo de Centeio", um clássico da revolta adolescente.
Eugenides - Isso soa de forma extremamente engraçada para mim. Eu pessoalmente gosto muito dos trabalhos de Salinger, mas não vejo em meu livro nenhuma influência em particular. As pessoas na Inglaterra, e não na América, sempre fazem esse tipo de comparação.

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sobre Eugenides à pág. 5-3

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