São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Reação provocada ; Água na fervura ; Depois do vendaval ; Caixa furado ; Emergência ; Frio na espinha ; Voto religioso ; Subindo o preço

Reação provocada
A reação de Itamar contra a equipe econômica não foi espontânea. Nos últimos dias o presidente ouviu de assessores que a Fazenda o ludibriava, tentando empurrar com a barriga o aumento salarial dos servidores. Foi o que bastou.

Água na fervura
Alheio aos rumores de que iria demitir-se em função das críticas de Itamar à equipe econômica, Ricupero passou a noite de domingo respondendo pessoalmente às cartas que recebe na Fazenda. O tom das respostas era de confiança.

Depois do vendaval
Sob o argumento da transição para o próximo governo, Ricupero provocará o Congresso para votar, após 3 de outubro, projetos de reformas estruturais do Estado. São as reformas que o real precisaria para sobreviver além da eleição.

Caixa furado
A maior prioridade de Ricupero é a reforma tributária. Como o IPMF acaba em dezembro e o FSE dura só mais um ano, o ministro se acha responsável por dar ao futuro governo fontes de receitas alternativas para o Orçamento de 96.

Emergência
Aliados de FHC no governo vão atuar como bombeiros caso Itamar continue trombando com a Fazenda. Sabem que qualquer instabilidade na condução do plano põe em risco a eleição do tucano.

Frio na espinha
Amigos de Itamar avaliam que Ricupero não se abalará com declarações ríspidas do chefe. Mas temem ações concretas do presidente na área econômica que dificultem a permanência do ministro.

Voto religioso
Os evangélicos voltam a ter seus votos disputados nessa semana. Lula e Quércia reúnem-se com líderes da comunidade, no Rio.

Último recurso
Ressentido com a direção do PL, que pediu sua cabeça, Flávio Rocha começa a falar em entrar na Justiça para continuar candidato. Um dirigente do partido atacou: "Ele não tem senso do ridículo".

Subindo o preço
O PL tentará valorizar o apoio do partido a outro candidato. Programa para a próxima semana consulta a 360 prefeitos e 3.500 vereadores liberais. O partido quer evitar que FHC apareça como única opção. A outra é Quércia.

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