São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Administração e equipe econômica chegam a acordo sobre salários

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica do governo e a SAF (Secretaria de Administração Federal) chegaram a um consenso sobre o aumento dos servidores públicos, com a definição de formas e valores para o reajuste.
As decisões foram apresentadas ontem para o presidente Itamar Franco, no início da noite, numa reunião no Palácio do Planalto. Caberia a Itamar definir os índices e as parcelas para o reajuste. Até as 19h de ontem, o Planalto não havia divulgado resposta.
A expectativa era a de que Itamar assinasse uma Medida Provisória estabelecendo a nova política ainda ontem. O ministro Romildo Canhim (SAF) disse à Folha que a proposta de parcelamento seria modificada, e que os índices seriam reduzidos "para adequar tudo à política econômica".
A proposta inicial era a de reajuste de 16% para os servidores civis, divididos em parcelas iguais em setembro e novembro. Para os militares, 11% em setembro e a diferença –que atingiria entre 29% e 34%– paga em dezembro.
O total de recursos previstos pelo Ministério da Fazenda para a isonomia –R$ 697 milhões, até o final do ano–, também seria remanejado, segundo Canhim.
Após colocar sua equipe econômica sob suspeita, o presidente Itamar Franco continou nervoso durante todo o dia de ontem.
Seus assessores mais próximos argumentaram junto a ele que, mesmo desconfiando dos números da equipe, não deveria ter feito críticas públicas tão duras.
"Não fui exagerado. O que eu falei não é uma mentira", disse Itamar a seus assessores.
Oficialmente, o presidente procurou minimizar a polêmica. Através de sua assessoria, disse que as críticas feitas anteontem foram "de forma generalizada".
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que concorda com as críticas feitas pelo presidente Itamar Franco aos membros da equipe econômica.
Já o candidato Fernando Henrique Cardoso (PSDB-PFL-PTB) disse que o reajuste só pode ocorrer se forem aumentados impostos ou com corte de pessoal.

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