São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Delegado vai a júri pela morte por asfixia de 18 presos

DA REPORTAGEM LOCAL

O 1º Tribunal do Júri de São Paulo começou a julgar ontem, às 14h, o delegado Carlos Eduardo Vasconcelos, 50. Ele é acusado de matar 18 presos na cela-forte do 42º DP e de tentar assassinar outros 32 detentos.
O crime aconteceu em 5 de fevereiro de 89 na delegacia do Parque São Lucas (zona leste).
Após uma tentativa de fuga, policiais civis e militares colocaram 50 presos em uma cela, sem ventilação, de 1,5 m de largura por 3 m de comprimento.
Após uma hora, os policiais abriram a porta do cubículo. Nove já estavam mortos por asfixia e outros nove morreram em seguida.
"Não matei 18 presos, eu salvei 32", disse o delegado ao entrar no tribunal. Atualmente, ele trabalha no 3º DP de São Bernardo do Campo (ABCD).
Ele alega que não sabia que seus subordinados haviam trancafiado os detentos na cela-forte e que, ao descobrir o que havia sido feito, ordenou a abertura da cela.
O promotor Antônio Carlos Da Ponte, do 1º Tribunal do Júri, disse que irá pedir para Vasconcelos condenação por homicídios doloso (quando há intenção de matar).

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