São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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'Se for preciso, faremos de novo', diz camelô

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio, Silvio Cunha, disse que "não há como avaliar" os prejuízos decorrentes do tumulto provocado por camelôs do centro.
Para ele, em função do tumulto o comércio todo teve que fechar suas portas e, assim, "o prejuízo foi total". Ele disse não ter números sobre lojas depredadas.
Cunha afirmou lamentar o ocorrido, pois perdeu toda a cidade: a prefeitura, os consumidores, que não tiveram mais coragem de procurar as lojas reabertas à tarde na região, e os camelôs sérios, que querem trabalhar nos terrenos cedidos pelo governo.
A camelô Barbara de Carvalho, 22, que trabalha na rua Sete de Setembro, discursou para os manifestantes na altura da rua Buenos Aires com a rua Senhor dos Passos.
"Eu só sei trabalhar como camelô. Podem me bater que eu só quero defender o meu direito de trabalhar. Ninguém aqui quer quebrar loja. Mas, se for preciso, vamos fazer tudo de novo amanhã", afirmou Bárbara, que foi ovacionada pelos manifestantes.
Minutos depois, soldados do 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar) prenderam a camelô, que foi levada para a 4ª DP.
Rosa Abreu, 18, camelô, estava inconsolável: "Eu tenho filho para criar e sou sozinha. Os policiais fazem greve por salário. Nós fazemos isso para trabalhar", disse.

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