São Paulo, domingo, 14 de agosto de 1994
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Grupo voltava a ter lucros

DA REDAÇÃO

Matias Machline, nascido em 9 de julho de 1933 em Bagé (RS), começou sua vida profissional como vendedor de máquinas para escritório em Porto Alegre (RS).
Em dezembro de 1961, já morando em São Paulo, fundou a Cimpro, empresa comercial que vendia máquinas para processamento de dados e periféricos de computador para serviços contábeis e de escritório.
Em 1969, deu um grande salto: obteve concessão para distribuir com exclusividade produtos da Sharp Corporation do Japão. Em janeiro de 1972, em novo avanço, passou do comércio à indústria ao criar a Sharp do Brasil S/A, fábrica de calculadoras eletrônicas na Zona Franca de Manaus.
Dois anos depois, a empresa, que tinham participação minoritária da Sharp japonesa, transformou-se na mais moderna fábrica de televisores em cores do Brasil.
Em 82, a Sharp foi pioneira no Brasil na fabricação de viodecassetes e, em 83, de videocâmeras.
Desde 1978, Matias Machline estava também na área de informática, com a empresa Sid, instalada em Curitiba (PR). Inicialmente fabricantes de microcomputadores, a Sid se firmou em automação bancária e comercial. Hoje, é líder nesse setor.
A década de 80 marcou ainda um período de ampliação e diversificação do grupo Sharp. No final dessa fase, Machline comandava um conglomerado de 28 empresas.
O grupo incluía, entre outras empresas, uma fábrica de semicondutores (Sid Microeletrônica), um banco (Digibanco), a Facit (máquinas de escrever) e a PGM (telecomunicações).
No início dos anos 90, o crescimento e a diversificação revelaram-se negativos. O grupo perdeu dinheiro. Os balanços acusaram prejuízo em 1991, 92 e 93.
Só em 93, a Sharp perdeu US$ 50 milhões. Porém, foi o último ano de prejuízo. No final de 93, o grupo já estava em fase adiantada de um longo e doloroso processo de reestruturação.
Depois da venda e do fechamento de empresas, o grupo como que voltou às origens. A holding Sharp S/A Equipamentos Eletrônicos tem hoje apenas seis empresas.
São elas: Sharp do Brasil, fábrica de tevê, video e áudio em Manaus; a Sid Informática, de Curitiba; a Sid Telecomunicações; o Consórcio Nacional Sharp; e uma joint-venture com a AT&T, que produz centrais telefônicas (AT&T Network System do Brasil).
O Grupo Sharp tem cerca de 8.500 funcionários. Em 93, o faturamento foi de US$ 680 milhões.
No primeiro semestre deste ano o grupo colheu o primeiro fruto da reestruturação, obteve um lucro líquido de US$ 3,1 milhões.

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