São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Cadeiões só terminam após eleição

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

As obras de dez cadeiões que estão sendo construídos para tentar acabar com a superlotação dos distritos policiais de São Paulo estão atrasadas três meses e não vão ficar prontas até o primeiro turno das eleições, dia 3 de outubro.
Mesmo assim, a Secretaria de Segurança Pública estuda a possibilidade de fazer uma "inauguração de fachada" antes de outubro.
Segundo o delegado Aroldo Ferreira, diretor do Dacar (Departamento de Assuntos Carcerários) e responsável pela construção dos cadeiões, existe a possibilidade de ser feita uma "cerimônia de entrega da obra", mesmo que faltem três meses, no mínimo, para que os cadeiões possam receber presos.
Quatro dos dez cadeiões ficam na marginal Pinheiros (zona oeste de São Paulo). Outros quatro ficam em Santo André, Praia Grande, Piracicaba e São José dos Campos. Osasco terá duas unidades.
Juntos, poderão abrigar 5.000 presos, o que é insuficiente para resolver o problema de superlotação. Só em São Paulo, segundo o Departamento de Polícia Judiciária, existem 5.644 presos.
Em praticamente todas as unidades não foi construída a estação de tratamento de esgoto. Em Piracicaba, ainda será necessário construir uma rua de cem metros que vai ligar o cadeião a uma estrada.
O cadeião mais atrasado fica em Osasco, onde foi necessário canalizar um córrego e uma nascente de água que existem no terreno.
Cada uma das unidades custou cerca de US$ 10 milhões, segundo o engenheiro Nelson Mejias, coordenador do gerenciamento da obra.
Segundo Ferreira, eles foram pagos pelas empresas construtoras. "As empresas serão resarcidas pelo Estado a partir da entrega da obra, em 10 parcelas iguais", diz.
Segundo ele, esta negociação foi adotada pela primeira vez pelo governo do Estado e ajudaria a garantir os prazos de entrega da obra.

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