São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Justiça do Acre quer soltar presos

MANUEL CAVALHEIRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RIO BRANCO

O governo do Estado e o Tribunal de Justiça do Acre comprometeram-se anteontem em Rio Branco a "fazer um esforço" para libertar o maior número possível de presos da superlotada Colônia Penal Francisco d'Oliveira Conde.
Na última quinta-feira, ocorreu um princípio de rebelião na colônia penal, por falta de alimentação.
O governador Romildo Magalhães, 48, e o subcomandante da Polícia Militar, coronel Adelino Fernandes Augusto, 51, reconheceram dificuldades para alimentar os presidiários.
Augusto calculou em 450 o número de detentos. O presídio tem capacidade para 150.
A colônia penal é a mesma de onde fugiram os acusados de matar o ambientalista Chico Mendes.
Hoje, 33 candidatos a vagas de delegado de Polícia, começam voluntariamente um levantamento da situação penal dos presos.
O governo do Estado, a Polícia Militar e o Tribunal de Justiça admitem haver detentos com pena cumprida.
Eles estariam presos porque não foram providenciados alvarás de soltura. Outros teriam direito a dormir em casa ou a liberdade condicional.
Presos reclamaram de maus-tratos e afirmaram que geralmente comem só um pedaço de pão e dois pratos de arroz por dia.
Eles disseram que cerca de 20 homens atearam fogo em um colchão na quinta-feira "para chamar a atenção".
O subprocurador do Estado, Nilo Figueiredo Maia, 46, designará promotores para investigar as denúncias de maus-tratos.

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