São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Garoto brasileiro é vice-campeão em competição de matemática

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Reynaldo Penharrubia Fagundes, 18, ganhou em julho a medalha de prata na Olimpíada Internacional de Hong Kong. A modalidade? Matemática.
A 35ª edição da competição, organizada pelo Comitê Internacional de Matemática, reuniu 400 teens de todo o mundo entre 11 e 22 de julho.
Foi a segunda participação de Reynaldo em uma olimpíada. O resultado também é o melhor do Brasil nos últimos quatro anos.
Como prêmio, ganhou uma medalha que exibe na parede do quarto. "O melhor é mesmo o currículo", afirma.
Estudante do 1º ano de Mecatrônica na Poli-USP (Universidade de São Paulo), ele não poderá mais concorrer, pois já terminou o 2º grau.
Reynaldo diz que só descobriu sua habilidade para matemática durante o colegial. Filho de advogados, com uma irmã que também estuda direito, ele já se interessou até em fazer faculdade de psicologia.
O computador, que ele ganhou aos 11 anos, seria o responsável por sua habilidade em resolver problemas. Uma tarefa que exige, segundo ele, mais raciocínio lógico do que teoria matemática.
Sua preparação durou dois anos, tempo que ele frequentou o curso especial para a olimpíada, patrocinado pela USP (veja texto abaixo). Fora as aulas, sua rotina incluía mais duas horas de exercícios em casa.
Ele viajou com uma delegação de mais quatro estudantes brasileiros e dois professores, chamados de líder e vice-líder.
Deveriam ter ido seis brasileiros, mas o sexto classificado não teve dinheiro para pagar sua passagem até Hong Kong.
Os teens ficaram hospedados em "uma espécie de hotel-fazenda", segundo Fagundes.
Prova mesmo, só aconteceram em dois dias. No resto do tempo, atividades como excursões e compras promovem a integração dos participantes.
"Existem dois tipo de participantes: os 'cdfs' e os que gostam de matemática. Descobrir um 'cdf' é fácil, ele só fala com você depois que souber qual foi a colocação", diz.
Reynaldo conta que a ficou junto com um grupo de bósnios, eslovenos e bielorrussos. Não faltou sequer um "rolo" com uma garota da Croácia, com quem ele continua se correspondendo.

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