São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Homens dominam "clubes eletrônicos"

DA REPORTAGEM LOCAL

As BBSs são um ótimo canal para arrumar amigos, casos e namorados. O único problema é o baixo número de meninas que participam de BBSs.
A STI, por exemplo, tem mais de 2 mil cadastrados. Desses, apenas 122 são mulheres.
A falta de meninas, segundo uma usuária que não quis se identificar, faz com que elas sejam muito assediadas. "É só a gente entrar na linha para todo mundo começar a mandar mensagens", diz ela.
Deve ser por isso que Marcelo Correia, 19, ainda não conseguiu arrumar nenhuma namorada via BBS. Mas ele já fez um monte de amigos, e até se apaixonou.
Mensagens vão, mensagens, vêm, ele acabou ficando muito íntimo de uma menina. "A gente conversa por horas e horas, ela liga direto para o meu micro."
Esse "ligar direto", na linguagem dos micreiros, só acontece quando alguma paquera (ou amizade) está rolando.
Só quando a pessoa está se sentindo íntima dá o seu número pessoal. Assim, a pessoa não precisa ligar para BBS nehuma para travar contato.
Marcelo ficou tão interessado na menina que descobriu o endereço dela e mandou flores. Recebeu em troca uma poesia via micro.
Ele diz que se sente mais à vontade "azarando" via modem. "Sou muito tímido, acho escrever muito mais fácil que falar pessoalmente ou pelo telefone"
O garoto não é muito sair e por isso passa noites de sexta-feira e de sábado ligado em BBSs. "É legal, é como se você tivesse conversando com amigos", diz.
Às vezes a mania por BBSs pode até virar profissão. Foi o que aconteceu com Gustavo Molina, 22.
Ele começou a ligar para BBSs em 87. Hoje, presta assessoria à Mandick, onde criou o serviço de sexo.

Texto Anterior: Mau hálito não é congênito
Próximo Texto: Entenda o que é BBS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.