São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
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Cordeiro gaúcho amplia seu mercado

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A criação de cordeiros especializados em produzir carne surge como mais uma alternativa de lucro no Rio Grande do Sul.
Este novo segmento tem como um dos pioneiros a cabanha Cerro Coroado, que mantém 15 mil ovelhas em reprodução, espalhadas nos pastos de sete criatórios.
Criando animais ile de france, sulffolk e texel, a empresa busca animais com alta produtividade. Os cordeiros destas raças produzem, aos seis meses, 14,25 quilos de carne em média, enquanto os animais de lã chegam a apenas 8,28 quilos.
"Deve haver uma diversificação nas propriedades para permitir outras possibilidades de ganhos", diz Glênio João Prudente, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco)
Mas ele alerta que não se pode prescindir das raças laneiras –ideal, corriedale e merino– essenciais para fornecer matrizes.
"Tentamos atingir um segmento quase inexplorado, que deve crescer", diz Armando Garcia de Garcia, diretor da Cerro Coroado.
Depois de criar um sistema de armazenamento que permite atender a seus clientes durante todo ano, Garcia diz que venderá em 94 mais de 60 toneladas de carne.
Hoje são colocadas no mercado somente 3.000 toneladas da carne por ano. O consumo brasileiro é de 20 gramas/habitante/ano, segundo a Cerro Coroado. Na França e Espanha, cada pessoa come por ano mais de quatro quilos do produto.
Uma das principais armas para elevar o consumo está na menor taxa de gordura, que é seis vezes nenor no cordeiro de corte em relação ao de lã.
Garcia revela que já ultrapassou a fronteira do RS e está abastecendo com cordeiro gaúcho restaurantes como o do Maksoud Plaza, Gambino, Fasano e La Cassarrole, em São Paulo.
José Brasiliense, criador de ovinos em Avaré (SP) e representante da Cerro Coroado na capital paulista, diz que a aceitação do produto é muito boa.
"O cordeiro é um dos nossos pratos mais nobres e solicitados", diz Almir Paiva, gerente do Fasano. Ele acha que o consumo da carne vai crescer, mas ressalva que a produção nacional ainda é muito pequena.

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