São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
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Plano requer ajustes, dizem técnicos dos EUA

EDIANA BALLERONI
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

O Plano Real precisará sofrer ajustes em breve para que a inflação não volte a subir. Na avaliação de funcionários do governo dos Estados Unidos, alguns acertos terão que ser feitos antes mesmo do segundo turno das eleições.
A análise unânime entre os especialistas em assuntos brasileiros é de que o Plano Real é um primeiro passo para a estabilização da economia –e não um programa econômico acabado.
Para os especialistas, medidas duras teriam de ser adotadas no curto prazo para segurar a inflação. Entre elas estariam cortes drásticos nos gastos públicos e restrições à emissão de moeda. O reajuste do funcionalismo foi criticado.
Os especialistas avaliam que o plano só estará completo se passar por três estágios fundamentais: reforma fiscal, tributária e eleitoral.
A reforma fiscal teria de abranger uma reavaliação do funcionalismo público. Menos servidores, melhores salários e mais produtividade formariam a situação ideal.
Finalmente, a reforma eleitoral seria necessária para dar maior consistência aos partidos: mais fidelidade partidária, mais comprometimento dos candidatos com seus eleitores, mais identidade com o programa partidário.
As opiniões dos economistas e diplomatas são partilhadas pela consultoria Motley La and Company, do ex-embaixador dos EUA do Brasil, Langhorne Motley.
Harry Copp, vice-presidente da Motley Company, disse que "é preciso reformar o sistema fiscal para equilibrar o orçamento federal". Segundo ele, a equipe econômica entende a necessidade dessa reforma.
Diplomaticamente, funcionários do governo norte-americano afirmam que será indiferente para as relações entre os EUA e Brasil o fato de ser FHC ou Lula o próximo presidente do país.
Os dois candidatos, afirmam os especialistas, terão dificuldades para conseguir o apoio do Congresso.

A jornalista EDIANA BALLERONI viajou aos EUA a convite do United States Information Service.

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