São Paulo, sábado, 20 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acordos elevam o aluguel

DA REPORTAGEM LOCAL

Na conversão dos aluguéis para o real "cada caso é um caso". Algumas vezes, o inquilino é o beneficiado. Em outras, a vantagem fica com o proprietário. Pode ainda haver um acordo que beneficie a ambos.
Quando a regra fixada pelo governo é cumprida, o inquilino sai ganhando, porque o resultado costuma ser um valor muito abaixo daquele praticado pelo mercado.
Isso ocorre porque, com reajustes semestrais, os aluguéis já estavam defasados na era do cruzeiro real.
Em contrapartida, a Lei do Inquilinato permite hoje a "denúncia vazia", ou seja, o proprietário pode pedir a desocupação do imóvel vencido o prazo do contrato.
Com oferta muito pequena e aluguel inicial alto, a maior parte dos inquilinos tem feito acordos que resultam em valores superiores aos encontrados pelas regras de conversão do governo, para evitar o risco do despejo.
José Roberto Graiche, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínio), acredita que haja acordos em cerca de 80% dos contratos. Como resultado, ele estima que os valores ficarão entre 70% e 80% dos praticados pelo mercado.
"O proprietário não deve exigir que o inquilino antigo pague o valor do aluguel inicial, porque este está 'inchado' em cerca de 20%", diz Graiche.
Apesar disso, em julho, primeiro mês do real, o valor dos aluguéis iniciais em São Paulo subiu 12% em relação ao mês anterior, segundo a Aabic. Mas Graiche afirma que "em agosto está havendo um pequeno recuo".
A oferta também aumentou 20% no mês passado, com 2.400 imóveis para alugar. "Só que São Paulo necessita de uma disponibilidade mensal de 6.000 a 7.000 imóveis para locação", diz Graiche.

Texto Anterior: Plano de saúde corta aumento
Próximo Texto: Higiexpo dobra negócios e venda atinge US$ 1 mi
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.