São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Seminário debate futuro de metrópoles

LUIZ CAVERSAN
DIRETOR DA SUCURSAL DO RIO

Por que a estrutura estatal urbana se desmantelou e chegou ao estado deplorável em que se encontra? Quais são os melhores caminhos para que as diversas instâncias que interferem no cotidiano urbano –as federais, estaduais e municipais– dialogem e atuem de forma concatenada? E, finalmente, como transferir para as grandes metrópoles as experiências urbanas bem-sucedidas nas pequenas e médias cidades brasileiras?
As respostas a estas e outras questões relativas ao futuro dos centros urbanos brasileiros estarão sendo discutidas a partir de hoje em um seminário promovido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e Ministério da Integração Regional, com o apoio do Banco Mundial.
Segundo a presidente do Ipea e coordenadora do evento "Desafios para o Desenvolvimento Urbano na Próxima Década", Aspásia Camargo, o seminário vai procurar detectar "os problemas estratégicos que devem ser atacados de forma articulada, uma vez que há hoje uma fragmentação política e técnica nos processos decisórios relativos aos problemas urbanos. Portanto, buscamos um diagnóstico cuidadoso e convergente do processo institucional para podermos descobrir como a estrutura estatal urbana se desmantelou".
Segundo Aspásia, as relações entre governo federal, Estados e municípios demonstram que "as instâncias não dialogam, não se entendem".
Para ela, o excesso de centralização e a burocracia desagregadora contribuem para uma situação cujo resultado é a deterioração do equipamento urbano à disposição das comunidades.
Entre outros, deverão participar do seminário: Beni Veras (ministro do Planejamento), Aluizio Alves (ministro da Integração Regional), Rainer Steckhan (diretor do Banco Mundial), Jorge Wilhein (arquiteto e urbanista), Eduardo Capobiano (Sindicato da Construção Civil), Lídice da Mata (prefeita de Salvador), Tarso Genro (prefeito de Porto Alegre), David Capistrano (prefeito de Santos), César Maia (prefeito do Rio) e Pérsio Arida (presidente do BNDES).
O seminário deverá prosseguir até quarta-feira, sempre no auditório do BNDES, no Rio, e suas conclusões serão encaminhadas ao governo federal e, depois, ao presidente da República que será eleito na eleição próxima.

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