São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Estudo relata década de estagnação na indústria

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil ficou sem política industrial a partir de 1981, aponta o doutorado "Política Industrial do Brasil – 1974 - 1989" de Carlos Aníbal Nogueira da Custa, defendido no dia 30 de junho no Instituto de Economia da Unicamp.
O governo reduziu drasticamente em 81 os subsídios e o financiamento à indústria de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) para 1%.
Grandes empresas conservaram seu patrimônio –sem crescer– invertendo suas relações com os bancos. Passam a aplicar dinheiro neles mais do que emprestar.
O resultado é a redução dos investimentos. Isso não sucateou a indústria porque o parque industrial era de tecnologia recente.
Mas o Brasil perde, segundo Costa, a terceira revolução industrial, com introdução da eletrônica e robótica nas linhas de produção.
Segundo Costa, a eficiência delas no cenário internacional é em parte comprometida por seu porte pequeno. "Quando uma indústria siderúrgica brasileira resolve investir em novas tecnologias 10% de seu patrimônio, isso significa US$ 100 milhões. No caso de uma siderúrgica do primeiro mundo isso é US$ 1 bilhão."
O autor discorda do conceito de que o gigantismo é um fator de baixa eficiência.
"As pequenas empresas podem se tornar boas fornecedoras, beneficiadas pelas novas tecnologias. Mas são as grandes empresas que produzem essas tecnologias", diz.
Ele cita como exemplo o Japão, em que seis conglomerados dominam a economia. Cada um vai desde a fabricação de carros, até bancos, passando pela indústria têxtil (a Mitsubishi é uma delas).

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