São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Novas lentes 'corrigem' astigmatismo e 'vista cansada'

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Novas lentes'corrigem' astigmatismo e'vista cansada'
Dois novos tipos de lente de contato chegam ao mercado para a alegria dos que sofrem de astigmatismo ou "vista cansada".
A lente gelatinosa multifocal –lançada há poucos meses no Brasil– é usada para corrigir o problema de "vista cansada" para perto (presbiopia).
O oftalmologista José Belfort Mattos explica que a presbiopia atinge pessoas a partir dos 40 anos e é causada por um desgaste natural do cristalino (lente do olho) e da musculatura do olho.
Quem tinha uma visão absolutamente normal passa a ter dificuldades em distinguir com nitidez os objetos que estão próximos.
Até hoje esse problema só podia ser controlado adequadamente com o uso dos tradicionais "óculos de leitura" ou dos óculos com mais de um tipo de grau (bifocais ou multifocais).
As lentes de contato utilizadas na tentativa de melhorar a presbiopia eram incômodas e tinham resultados limitados –lentes duras (acrílicas) que se apoiavam sobre a pálpebra inferior.
A pessoa não podia ter as pálpebras caídas, sob o risco da lente se mexer no olho.
O avanço tecnológico permitiu o desenvolvimento de uma lente gelatinosa (mais confortável e flexível) que comporta vários graus ao mesmo tempo (multifocal).
A visão para longe é corrigida na parte central e a parte periférica acerta gradualmente a visão para meia distância e para perto.
Segundo Mattos, essa lente é feita com muita precisão e beneficia um grande número de pessoas.
Elas podem ser usadas durante o dia todo (para trabalho ou leituras) ou apenas em ocasiões especiais.
Quatro laboratórios produzem essa lente e o par custa cerca de R$ 90. Um estojo com quatro pares descartáveis de lentes gelatinosas multifocais sai por R$ 220.
Quem tem astigmatismo enfrenta dificuldades para corrigir seu problema com lentes de contato.
No astigmatismo, as curvaturas diferentes da córnea produzem imagens que se formam em pontos distintos do olho.
Segundo a oftalmologista Magda Raquel Fincatto, o resultado final é que as pessoas enxergam sem uma nitidez satisfatória.
As lentes duras corrigem o defeito mas são incômodas e têm uma adaptação difícil. As gelatinosas se "amoldam" excessivamente sobre a córnea e não corrigem o defeito original de curvatura.
Um novo tipo de lente -chamada de "softperm" ou lente híbrida– promete melhorar a situação dos astigmáticos. Ela já é distribuída no Brasil há um ano mas ainda é pouco conhecida pelos pacientes e pelos próprios médicos.
A "softperm" é composta por uma parte central rígida e por bordas gelatinosas. A combinação possibilita a correção da curvatura da córnea e uma adaptação fácil. O par dessas lentes custa R$ 360.

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