São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994 |
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TVs entram nas redes de computadores
MARINA MORAES
Para uma rede de TV, acostumada a audiências de massa, o número em si não é tão importante como a qualidade desse público: presume-se que seja gente sofisticada porque tem micro em casa. Numa tentativa de evitar a perda desses telespectadores, agora grudados na tela do computador, as emissoras de TV dos EUA estão investindo como nunca em serviços interativos, que matam dois coelhos com uma paulada só: abrem uma nova fronteira para negócios e fisgam um público de alto poder de consumo. A primeira emissora a investir nessa área foi a NBC, que se juntou ao McDonald's para produzir o primeiro comercial que foi ao ar em um serviço on line. Depois de acionar o arquivo da NBC, os usuários da America OnLine podem saber das novidades da programação da emissora, participar de um jogo de perguntas e respostas e concorrer a vários prêmios, entre eles US$ 10 mil em equipamentos de informática. A rede informa os lançamentos de sua programação e tem um correio eletrônico para quem quiser mandar mensagens a David Letterman, o grande sucesso do talk-show norte-americano. O Prodigy tem 2,2 milhões de assinantes, dos quais 700 mil usam o serviço pelo menos uma vez por dia. "Qualquer coisa que faça esse pessoal sair da tela do computador para a da TV é vantajoso para nós", disse um executivo da rede. A emissora também criou o "CBS Online Store", uma loja eletrônica na qual os usuários podem comprar 95 produtos relacionados aos programas da rede, de camisetas a vídeos e CDs. No futuro, a idéia será reaproveitada: os artistas da CBS serão convocados a responder perguntas dos fãs pelo computador. Eventualmente a emissora vai oferecer clips de seus programas aos assinantes da Prodigy. Outra emissora que investe nessa área é a CNN, a TV a cabo que oferece notícias 24 horas por dia. Com mais duas outras empresas, vai colocar no mercado um CD-ROM que conta o caso de O.J. Simpson, o jogador de futebol norte-americano que é acusado de duplo homicídio e pode ser condenado à morte. O disco reaproveita imagens e informações da CNN e permite ao consumidor explorar todos os aspectos do caso: da carreira do jogador à cena do crime, das testemunhas às provas que a polícia e a defesa levantaram. A CNN também colocou no ar um programa que permite ao público definir o tema a ser debatido e fazer perguntas aos entrevistados. O acesso à emissora é via CompuServe, o maior serviço do gênero nos EUA. Um terminal de computador no estúdio permite que o apresentador leia as perguntas que o público está fazendo on line. A próxima emissora a embarcar nessa onda é a MTV. Através da America OnLine, o canal da música vai colocar os artistas em contato com o público, via computador. Os VJs da emissora também vão participar de fóruns eletrônicos para falar sobre música e comportamento. O duro vai ser convencer a garotada a trocar o agito da MTV verdadeira pelas palavras frias na tela de um micro. Texto Anterior: Programa cria formulários em 4 vias Próximo Texto: Microtec lança máquina com chip DX4 Índice |
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