São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vive la France

CARLOS SARLI
Amigo e parceiro de surfe de longa data, há duas semanas Zé Roberto levou Tinguinha Lima para o aeroporto de Cumbica. Destino do bicampeão brasileiro: França, sede de três etapas do WCT (a primeira divisão do surfe).
Essa fase do circuito pode ser considerada a mais importante. Não tem ondas grandes como no Havaí, nem o marketing da etapa americana e nem está na reta decisiva como será na Austrália, mas, no curto período de três semanas, considerando os descartes, quase 40% dos pontos do ranking mundial deste ano estarão em disputa.
Dias depois, Zé Roberto recebe telefonema do Tinga: "... cara, impressionante, a mulherada cerca a gente na praia. Nem quando fui campeão brasileiro fui tão paparicado". A cara de moleque, apesar dos 30 anos, o corpo bem definido e a pele escura fazem sucesso.
Tinguinha não foi tão bem na água quanto na praia. Terminou o Gotcha Lacanau Pro, primeiro campeonato da perna francesa, em 17º lugar. Os destaques brasileiros ficaram por conta de Renan Rocha, Jojó de Olivença, Victor Ribas e Fabio Gouveia, todos nas quartas-de-final. Pela primeira vez o Brasil teve a metade dos competidores nessa altura de um evento válido pelo mundial.
Infelizmente, nenhum deles passou, terminando todos na 5ª colocação. O americano Kelly Slater venceu o australiano Stuart Bedford-Brown de banho na final. Com o resultado, Slater disparou no ranking com 4.090 pontos. Está 860 pontos à frente de seu conterrâneo Shane Beschen, ainda no meio da temporada.
Como a mídia vem fazendo com as eleições, "se a decisão fosse hoje", seis dos oito brasileiros que competem no Tour estariam entre os classificados para o ano que vem. Uma boa campanha, considerando-se que o número de competidores vai cair dos atuais 44 para apenas 28 em 1995. Jojó é o melhor deles, na 7ª colocação.
O segundo torneio na França, sexta etapa do ano, o Rip Curl Pro Landes, começou ontem em Hossegor. Bem ao lado de onde costuma-se montar o palanque da competição é uma área de nudismo. Caminhando, você depara frequentemente com francesinhas maravilhosas vestindo apenas seus Ray Ban, eventualmente acompanhadas por seus pais sessentões, também só de óculos escuros.
As ondas não ajudaram no primeiro dia de competição, o que contribuiu para que as atenções ficassem mais na areia.
Te cuida, Tinguinha.

Texto Anterior: Encontro com Menotti em frente ao Dallas
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.