São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994 |
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Sexteto londrino traz sonoridade inteligente
JOÃO BATISTA NATALI
Quando: hoje, às 21h Onde: Teatro Maksoud Plaza (al. Campinas, 150, Jardins, São Paulo) Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50 Programa: Mozart; Silvio Ferraz; Brahms; Maxell Davies e Schumann Os britânicos são bons de música de câmara e há dois atrativos para que se assista, hoje à noite, a única apresentação, em São Paulo, do The Nash Ensemble. Em primeiro lugar, o conjunto possui um belo estilo de execução. Em segundo, a relação custo/benefício raramente permite que um bom espetáculo tenha ingressos vendidos por apenas R$ 5,00. A particularidade do Nash está no repertório flexível, como o programado para o Maksoud Plaza. Vai de Mozart, Brahms e Schumann (um clássico e dois românticos) aos contemporâneos Ferraz e Maxwell Davies. A sonoridade do grupo pode ser exemplificada pela gravação de seis peças do compositor inglês Arthur Bliss (1891-1975), que não será executado em São Paulo. Bliss foi aluno de Vaugham Williams que reagiu ao romantismo com harmonias que nada tinham a ver com a gramática atonal. A leitura que o conjunto faz de suas partituras privilegia a clareza do fraseado, mesmo se para tanto seja preciso desacelerar a cadência ou sacrificar a percepção de unidade na sintaxe dos sons. É uma forma respeitável de se interpretar, numa época em que a música de câmara tende a se comercializar ao atrair os corações da classe média com uma leitura excessivamente melada. É a velha história da romantização perigosa para os melômanos diabéticos. O Nash, com isso, coloca-se na mesma linha do mais prestigioso dos grupos de câmera ingleses, o Quarteto Amadeus, que, ao se autodissolver há seis anos, deixou como herança um ingrediente simples e vital: a inteligência. Texto Anterior: Gal traz a SP sua provocação confortável Próximo Texto: Turnê inclui 11 cidades brasileiras Índice |
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