São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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Seca afeta abastecimento em SP

DA REPORTAGEM LOCAL E DAS REGIONAIS

A estiagem no interior de São Paulo, que em algumas regiões já dura três meses, está ameaçando o abastecimento de água na Grande São Paulo.
Se chover pouco em setembro, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pode adotar o sistema de rodízio na região metropolitana.
No interior, como na região de Campinas, e em outros Estados, como Mato Grosso do Sul (leia texto ao lado), já há racionamento.
Quatro dos seis reservatórios que servem à Grande São Paulo estão com volume de água reduzido quase à metade devido às poucas chuvas.
Em agosto, só choveu 2,04 mm na cidade de São Paulo. No mesmo período do ano passado, as chuvas totalizaram 52,1 mm.
A situação é mais grave no sistema Alto Tietê, que abastece parte da zona leste e está com apenas 43,3% de seu volume total.
O sistema Guarapiranga, que abastece a zona sul e parte da sudeste, está com sua capacidade reduzida a 49,6%.
Se não voltar a chover nas cabeceiras dos rios que abastecem os reservatórios, o rodízio no fornecimento de água será inevitável. Pelo esquema, cada bairro fica sem água em alguns dias da semana.
No interior do Estado, a situação não é diferente (veja quadro). Em cidades da região de Campinas, como Sumaré e Hortolândia (ambas a 130 km a noroeste de São Paulo), o racionamento foi adotado após 37 dias sem chuvas.
Técnicos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirmam que a região deve superar neste ano a estiagem recorde de 92, que durou 44 dias.
Se não chover nos próximos 9 dias no Vale do Paraíba, a seca vai bater o recorde dos últimos 16 anos. Até agora são 38 dias de estiagem.
A região de São José do Rio Preto, sem chuvas há 111 dias, é a recordista em dias de seca.
Segunda a Dira (Divisão Regional Agrícola) de Rio Preto, a seca é uma das violentas dos últimos anos. Somente em 75, 86 e 88 a estiagem durou tanto tempo.
Além dos problemas no abastecimento, a estiagem contribui para o aumento da poluição na Grande São Paulo –ontem, a qualidade do ar era má– e pelo maior número de queimadas no interior.
Em Catanduva (385 km a noroeste de São Paulo), por exemplo, o número de queimadas neste mês foi três vezes maior do que o total registrado em 93.

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