São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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Homicídio premeditado vira crime hediondo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem à noite um projeto de lei transformando em crimes hediondos o homicídio qualificado (cometido premeditadamente e com crueldade) e o homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio.
A escritora e autora de novelas Glória Perez –mãe da atriz Daniella Perez, que foi assassinada em dezembro de 92 com golpes de tesoura no peito e pescoço– assistiu à sessão do Senado e comemorou o resultado.
Ela colheu 1,3 milhão de assinaturas para o projeto.
"Não houve ajuda de partido político. O projeto foi enviado há um ano e meio para o Congresso por 1,3 milhão de brasileiros que pediam o fim da impunidade no país", disse Glória.
O projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados e vai agora à sanção do presidente Itamar Franco.
Inafiançável
O crime considerado hediondo é inafiançável e os culpados não podem responder ao processo em liberdade, porque não podem gozar de liberdade provisória.
O projeto aprovado altera a lei número 8.072, de julho de 90, que dispõe sobre os crimes hediondos.
Nessa classificação estavam incluídos o sequestro, estupro e o latrocínio (roubo seguido de morte).
Mães
Outras duas mães assistiram à votação do projeto no Senado: Valéria de Velasco, mãe de Marco Antônio Velasco, assassinado a pancadas por 11 lutadores de artes marciais de Brasília em 1993, e Jocélia Brandão, mãe da garota Míriam, de cinco anos, que foi morta e queimada em Belo Horizonte (MG) por seus sequestradores porque ela "chorava muito".

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