São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Poluição põe Cubatão em emergência

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS, E DA REPORTAGEM LOCAL

Poluição põe Cubatão em 'emergência'
Quantidade de poluentes no ar é a mais alta desde 91; indústrias interrompem atividades
A Cetesb decretou estado de emergência no pólo industrial de Cubatão (62 km a sudeste de São Paulo). O nível de poluentes no ar é o mais alto desde 91.
Às 8h de ontem, foram registrados 654 microgramas de poluentes por m3 (metro cúbico) de ar. Em julho de 91, último registro de estado de emergência na região, havia 612 microgramas por m3.
O estado de emergência é declarado sempre que a concentração de poluentes chega a 500 microgramas por m3 de ar.
Nesse caso, a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) determina que todas as indústrias poluentes parem e que carros-pipa joguem água para tentar baixar a poeira. O trânsito também pode ser interrompido.
"A chuva era a melhor forma de baixar os índices de poluição. Como não há previsão de chuvas para as próximas 48 horas, tomamos medidas para voltar aos limites aceitáveis", disse o engenheiro Silvio de Oliveira, da Cetesb.
Segundo a delegacia regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), das 23 principais indústrias da cidade, 1 sofreu interrupção parcial e 10 estavam totalmente paradas ontem.
Os carros-pipa estavam circulando de hora em hora molhando os pátios e os acessos às empresas para evitar que a poeira subisse à atmosfera. O tráfego de caminhões em estradas de terra próximas às indústrias foi interrompido.
Na rodovia Piaçaguera-Guarujá, principal via de acesso ao pólo, o Dersa controlou o trabalho dos carros-pipa, mas não chegou a impedir o trânsito no local.
A poluição de Cubatão é causada pela alta concentração de partículas inaláveis (poeira e fuligem emitidas por indústrias e veículos movidos à óleo diesel).
Segundo ele, a estiagem e a falta de ventos são responsáveis pelo aumento da poluição. "Há uma enorme quantidade de poeira suspensa no ar. A poluição só deve melhorar quando chover, mas não acredito que piore", disse.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o índice máximo considerado aceitável em regiões habitadas é de 80 microgramas de partículas por m3 de ar.
No centro de Cubatão, a 10 km das indústrias, havia 167 microgramas de poluentes por m3, índice considerado normal.
A média diária de partículas inaláveis no centro de Cubatão foi de 47 microgramas por m3 em 93.

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