São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Ballet Stagium reapresenta "Os Sonhos"

ANA BEATRIZ BRISOLA
DA REDAÇÃO

Coreografia: Die Trãume (Os Sonhos)
Coreógrafo: Décio Otero
Roteiro: Décio Otero
Direção teatral: Marika Gidali
Onde: Teatro Sérgio Cardoso
Quando: de 2 a 11 de setembro. Qui. a sáb., às 21h, e dom., às 18h
Quanto: R$ 8,00
Comemorando seus 24 anos, o Ballet Stagium reapresenta, em temporada que vai de 2 a 11 de setembro, a coreografia "Die Trãume" (Os Sonhos), seu mais recente trabalho.
O tema do espetáculo é o surrealismo, vanguarda européia do início deste século que explorava o inconsciente e os sonhos nas expressões artísticas.
O desafio do Stagium está em trazer para o palco, fazendo da dança uma diferente forma de aplicação do surrealismo, este mundo onírico.
"Dar asas à imaginação", segundo o coreógrafo e idealizador do espetáculo Decio Otero, é o que foi preciso no processo de criação. "Houve uma pesquisa do movimento, um estudo de alguns pintores, e depois me senti no direito de fazer tudo o que me parecesse onírico", completa.
Dentre os principais pintores que serviram de inspiração estão Renée Magritte, Salvador Dalí, Paul Delvaux e Hieronimus Bosch, que apesar de não ser propriamente surrealista é considerado um precursor do movimento.
O espetáculo, entretanto, não segue ordem cronológica nem tampouco é didático, "apenas se inspira no surrealismo procurando trazer este clima para o palco", afirma Otero.
Partindo destas premissas, ou seja, a fonte artística encontrada nos surrealistas e o princípio de liberdade na criação, "Os Sonhos" apresenta uma série de citações.
Criaturas estranhas como as pintadas por Bosch desfilando no episódio "Os Seres", "Rosas" de Dalí (foto) e Delvaux lembrado em "Habanera", são alguns dos exemplos deste espetáculo, que reúne desde "Adão e Eva" até "Salomé" passando pela "Valsa do Índio" e outros episódios.
Para transformar a variedade de imagens em figuras dançantes, o Stagium teve um custo de produção de US$ 120 mil. Enfrentou também dificuldades práticas com as fantasias na hora de dançar.
"Mas tudo isto foi superado com muito ensaio", afirma Otero, "e o resultado é um ballet que tem beleza estética, faz o público pensar e sair feliz em assisti-lo".

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