São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994 |
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EUA e Cuba negociam refugiados
FERNANDO CANZIAN
A proposta norte-americana, apresentada ontem a representantes cubanos no escritório dos EUA nas Nações Unidas, aumentaria a quota de imigrantes cubanos legais no país de 2.700 ao ano para 27 mil. Em contrapartida, o regime de Fidel Castro interromperia imediatamente a saída descontrolada de refugiados em direção à Flórida. "Os EUA e Cuba estão interessados em promover um sistema de imigração legal e seguro para substituir os acontecimentos dos últimos dias", disse Michael Skol, subsecretário-assistente de Estado dos EUA, que chefiou a delegação norte-americana na reunião. O representante cubano Ricardo Alarcón, presidente do Parlamento em Havana e ex-ministro das Relações Exteriores de Cuba, prometeu analisar a proposta feita pelos EUA nos próximos dias. Embora a reunião tenha discutido a questão dos refugiados durante a maior parte do tempo, Alarcón pediu que outros assuntos do interesse de Cuba sejam solucionados assim que o problema da imigração estiver encaminhado. Nessas negociações, Cuba pretende discutir o futuro da base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, e pressionar para que os EUA diminuam as atividades de propaganda contra o regime de Fidel Castro na ilha –que é feita através, principalmente, do rádio. Até o início da tarde de ontem, a Guarda Costeira norte-americana havia interceptado mais de 800 refugiados cubanos no mar. No dia anterior, foram recolhidos 2.159 refugiados. Os cubanos resgatados no mar estão sendo levados para a base de Guantánamo. Até o dia 19, a política dos EUA era de dar asilo a todo cubano que conseguisse chegar ao território americano. Os EUA também estariam preocupados neste momento com rumores de que o regime de Fidel Castro estaria libertando criminosos e incentivando-os a fugirem para a Flórida –a exemplo do que aconteceu em 1980, quando 125 mil cubanos fugiram para os EUA. Próximo Texto: Refugiados no Brasil têm oferta Índice |
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