São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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Negociações em Nova York geram protesto

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Mais de 150 cubanos protestaram ontem em frente ao escritório de Cuba nas Nações Unidas contra as atuais negociações entre o governo norte-americano e representantes do regime de Fidel Castro.
Durante as manifestações, duas pessoas foram presas e houve uma tentativa de agressão a um dos membros da delegação cubana chefiada por Ricardo Alarcon, presidente do Parlamento de Cuba.
Até o final da tarde de ontem, Michael Skol, subsecretário de Estado dos EUA, e Alarcon não haviam chegado a um acordo sobre que medidas tomar em relação ao atual êxodo de dissidentes cubanos para a Flórida.
Os EUA insistiram na proposta de aumentar a imigração legal de cubanos para o país dos atuais 2.700 anuais para 20 mil ou até 27 mil pessoas por ano.
Em contrapartida, Fidel Castro deveria controlar o êxodo e readmitir no país cerca de 1.500 criminosos cubanos que imigraram para os EUA em 1980.
Ricardo Alarcon insistiu durante a reunião de ontem para que os EUA relaxem o embargo comercial à ilha, que já dura 32 anos.
"Os cubanos estão fugindo da economia em crise, não do regime político", disse Alarcon.
Skol afirmou que discussões sobre o embargo comercial só devem ser iniciadas quando o êxodo de cubanos estiver controlado.
Dezenas de manifestantes condenaram ontem as negociações. "É inaceitável que os EUA tratem a ditadura de Fidel como um governo legítimo nessas negociações. Sou a favor de uma intervenção direta", disse o advogado Ralph Leonart, 35, que fugiu de Cuba com os pais quando tinha apenas sete anos.
Vários manifestantes carregavam faixas com as inscrições "Apoiamos a rebelião interna em Cuba" e "Queremos a internacionalização do embargo comercial". Vários países, entre os quais a França, vêm se manifestando contra o embargo econômico.

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