São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
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Novo ministro é amigo de FHC

CELESTINO VIVIAN
DO BANCO DE DADOS

Ciro Gomes, 36 anos, PSDB e amigo de Fernando Henrique Cardoso, é um dos mais jovens políticos a assumir o Ministério da Fazenda.
Já trocou acusações com o candidato do PMBB à presidência, Orestes Quércia, por este ter chamado Mário Covas de "bunda-mole".
E não poupou o presidente Itamar Franco quando ele escolheu Eliseu Resende para ministro da Fazenda em março de 1993. Acusou-o de trocar o apoio de partidos pela política do fisiologismo.
Nascido em Pindamonhangaba (SP), de pai cearense e mãe paulista, ambos de classe média baixa, Ciro Gomes chegou em 1991 ao governo do Ceará com apenas 33 anos, o único governador que o PSDB conseguiu eleger naquele ano.
Antes, foi eleito duas vezes deputado estadual cearense (82-86 e 86-88) e prefeito de Fortaleza (89-90).
Disputou a primeira eleição pelo PDS, o partido de seu pai, José Euclides Ferreira Gomes, à época prefeito de Sobral (CE). Do PDS migrou para o PMDB, pelo qual se elegeu prefeito, e depois para o PSDB.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará, Ciro Gomes nunca escondeu seu desejo de fazer pós-graduação em Harvard (EUA).
Ciro Gomes é casado e pai de três filhos, Iuri, Ciro e Lícia. Sua mulher, a pedagoga Patrícia Gomes, ex-militante do PC do B, hoje também no PSDB, sempre esteve em sua retaguarda na política de assistência aos menores carentes.
No ano passado ela foi escolhida pelo presidente Itamar Franco como representante do Brasil no terceiro encontro de primeiras-damas na Costa Rica.
Como prefeito, Ciro Gomes conseguiu em janeiro de 1990, o melhor índice de aprovação entre os prefeitos das capitais dos estados: 77% consideraram seu desempenho ótimo/bom.
Como governador, deu continuidade à política administrativa iniciada por seu antecessor Tasso Jereissati, agora mais uma vez candidato ao governo cearense com mais de 60% das intenções de voto.
Tasso iniciou uma nova fase na política do Ceará em 1986, ao vencer os chamados "coronéis", cujo ciclo fora marcado pelos ex-governadores Adauto Bezerra, César Cals e Virgílio Távora.
Com 67% de aprovação a seu governo, segundo pesquisa recente, Ciro Gomes orgulha-se do sucesso do saneamento da máquina pública iniciado por Jereissati e mantido por ele.
O número de funciários públicos caiu de 145 mil, em 1986, para menos de 100 mil. A folha de pagamento, que representava 130% da receita, hoje é inferior a 60% O Estado não tem dívidas.
No campo social, o Estado ainda enfrenta sérios problemas. A mortalidade infantil, apesar dos bons resultados colhidos pelo governo, voltou a crescer no início deste ano.

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