São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OS RITUAIS DE INICIAÇÃO DOS XAVANTES

Cantados no disco "Etenhiritipá"
Darõ wihã - Canto para a cerimônia de iniciação dos wapté (os adolescentes) que acontece quando os meninos que estão entre 12 e 13 anos são separados das famílias e vão viver juntos na casa dos adolescentes (Hõ), onde recebem orientação e ensinamentos dos padrinhos.
Waté Aba nhõre - Para os wapté concluírem a fase de preparação para a vida adulta se tornarem perõi'wá, passam pela cerimônia de furação de orelha. Este canto acontece no final da cerimônia, depois que já estão com as orelhas furadas.
Dápraba - Depois da cerimônia de furação de orelha, padrinhos e adolescentes cantam e dançam juntos, formando uma grande roda.
Wai'á - Cerimônia sagrada para os homens Xavante, que acontece mais ou menos a cada dez anos. Reúne toda a comunidade ao longo de quase um mês em torno de diversos rituais diferentes. Incluiu o toque de Umr~ere (instrumento de sopro com forte significado espiritual e segue acompanhado de chocalhos. Os homens, enfeitados com plumas e com o corpo pintado de urucum, dançam e cantam do pôr-do-sol até a manhã seguinte.
Wanãr‹dõbê - Conjunto de cantos dos padrinhos, que faz parte da cerimônia de furação de orelha dos adolescentes. Durante o período em que os wapté se preparam cantando e dançando dentro do rio para o momento de furar a orelha, os padrinhos e madrinhas dos adolescentes passam também por uma dura prova cantando e dançando em círculo por horas seguidas.
Marã wawa danhõre - É costume Xavante os padrinhos e adolescentes cantarem e dançarem diferentes cantos durante todo um dia para alegrar os velhos.
Pópara nhõre - Este é o canto da luta do Wa'i. A luta do Wa'i acontece entre os wapté e os padrinhos durante o período em que estão recolhidos na casa dos adolescentes (Hõ). É um treinamento que faz parte da formação dos jovens na passagem para o mundo dos adultos.
Dahirata nhõre - Quando os adolescentes saem do Hõ e se preparam para entrar no rio na cerimônia de furação de orelha, se enfeitam, cantam e dançam no Warã, pátio central da aldeia.
Dahipópo - Nesta mesma cerimônia que precede a entrada dos wapté no rio, ao pôr-do-sol, eles cantam para se despedir das mães porque a partir desse momento, durante todo o período de preparação, não poderão falar com mais ninguém na aldeia.
Dadza rõno - Canto dos adolescentes.
Datsi Wapsi - Canto coletivo que reúne toda a aldeia, como numa brincadeira no Warã, para chamar força espiritual para o povo Au"we.
Wai'á rõwáronãhã - Canto da cerimônia do Wai'á que acontece quando o sol está muito quente, perto do meio-dia. Homens e adolescentes cantam e dançam ao som do chocalho, numa coreografia muito rápida, para atrair os maus espíritos e enfrentá-los demonstrando coragem e determinação.
Uiwede nhõre - Padrinhos e adolescentes se pintam com urucum e carvão para a corrida da tora de buriti, uma prova de "revezamento" onde as equipes correm cerca de dez quilômetros passando a tora da palmeira de buriti com cerca de 60 kg dos ombros de um atleta para outro. Ao chegar ao pátio da aldeia, cantam percorrendo o círculo das casas.
Mãrãwi danhõre - Canto coletivo que acontece após a furação de orelha dos wapté, ao final da cerimônia.
Marãre danhõre - Os wapté e os padrinhos cantam pela manhã, bem cedo, depois da luta da cerimônia do Wa'i.
Warã daptó - Brincadeira onde todo o povo da aldeia participa, cantando e dançando no Warãm, durante as cerimônias de furação de orelha.
Datsi uir‹ - Cantos coletivo que também faz parte das cerimônias de furação de orelha, no qual todos -homens, mulheres, adolescentes e crianças- participam.
Bõtõud danhõre - Canto da tarde da cerimônia da furação de orelha.
Marãre daprába - Canto coletivo que reúne o povo da aldeia antes de o sol nascer e que integra as cerimônias de furação de orelha.
Oi oi wá dazarõni - Os ritewá , jovens que já fazem parte do mundo dos adultos, gritam alto, de madrugada, para acordar e deixar alerta as crianças que vão participar da luta do Oi oi wá.
Howahou dazarõnõ - Meninos e meninas, entre dois e dez anos de idade, se juntam no pátio da aldeia para cantar imitando os adolescentes. Este canto faz parte da cerimônia de furação de orelha, quando os wapté vão entrar no rio.

Texto Anterior: Adolescentes de 30 tribos trocam as reservas por escola em Manaus
Próximo Texto: Índios se assustam com os palavrões e gírias de branco
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.