São Paulo, quarta-feira, 7 de setembro de 1994 |
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Bolsa sobe e BC puxa taxas de juros
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O mercado chegou a subir mais. Foi embalado pela pesquisa Datafolha, que mostrou que o efeito eleitoral das declarações do ministro demissionário foi menor do que o previsto. Depois, a Bolsa murchou lendo um ofício do ministro Alexis Stepanenko (leia mais sobre o ofício no caderno Supereleição). Em resumo: o mercado voltou a acreditar na possibilidade de uma vitória eleitoral de FHC no primeiro turno. A folgada vantagem do candidato, consideram os analistas, está em xeque, mas não é mais, como se temeu, um xeque-mate. Como se vê, as Bolsas estão passando ao largo do Plano Real (e seus problemas). Estão preocupadas é com o dia seguinte. Na área dos juros, o que conta mesmo é o dia-a-dia. Ontem, o Banco Central (BC) atuou duas vezes no mercado. Em ambas, elevou os juros. A taxa-over média ficou, segundo a Andima, em 5,33% ao mês. O BC divulgou ontem que os saques superaram os depósitos na caderneta em R$ 752,697 milhões no mês de agosto. No mercado, a avaliação é que os saques foram mais acentuados nos primeiros dias de setembro do que os registrados em agosto. O consumo continua aquecido e, para completar, as contas correntes continuam crescendo. O BC foi obrigado a subir o juro para tentar deter este movimento, já que o aumento do compulsório é escalonado. O impacto total do compulsório (que é depositado em títulos públicos) só será sentido em outubro. Ontem os bancos pagaram uma taxa-over de 5,31% (menor do que a de mercado) para comprar títulos públicos. Setembro terá o seguinte desenho: uma trajetória ascendente para as taxas de juros e declinante para os índices de inflação. É isto que explica a trajetória do dólar. No mercado comercial, a moeda norte-americana fechou com queda de 1,66%, cotada, na venda, a R$ 0,886. Não existe, depois do compulsório, forma mais barata de crédito do que o ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio). Quem gosta de pensar da maneira antiga (juro real, descontando a inflação passada) vai poder fazer as contas mais tranquilo. Resta saber se adianta. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,122% no último dia 2. A taxa média do over, segundo a Andima, foi de 5,33% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,36% ao mês. CDB e caderneta As cadernetas rendem 2,3436% no dia 7 de setembro. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 54,8% e 55,4% ao ano. Os papéis pós-fixados de 122 dias pagaram taxas de 18% a 19% ao ano mais a TR. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram de 5,38% ao mês a 5,48% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 56% e 68% ao ano. No exterior Prime rate: 7,75%. Libor: 5,25%. AÇÕES Bolsas São Paulo: o índice fechou a 49.886 pontos com alta de 3,8% e volume financeiro de R$ 383,978 milhões. Rio: alta de 1,7% (I-Senn), fechando com 19.691 pontos e volume financeiro de R$ 22,996 milhões. Bolsas no exterior O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.898,70 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.393,98 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.479,00 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,884 (compra) e R$ 0,885 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado, na média, por R$ 0,884 (compra) e por R$ 0,886 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,910 (venda). "Black" cabo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,915 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,91 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 0,27%, fechando a R$ 11,33 o grama na BM&F, movimentando 1,03 toneladas. No exterior Segundo a agência "UPI", em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5500 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,83 ienes. Em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5430. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 387,90. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,90% ao mês, a 3,97% para outubro e a 4,23% para novembro. No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,908 para 30 de setembro. O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 52.600 pontos. Texto Anterior: Título da dívida volta a subir após queda de 2ª Próximo Texto: SAFRA 1 Índice |
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