São Paulo, quarta-feira, 7 de setembro de 1994 |
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Pelé sai e diz que só volta como presidente
MARCUS FERNANDES
Ele reuniu os jogadores e o técnico Serginho no centro do gramado da Vila Belmiro para explicar sua demissão. Segundo ele, "houve um desvio de rota na administração do clube". Na conversa, o ex-jogador mostrou documentos sobre suas propostas para o clube. "Não me deixaram realizar o que queria." Depois, Pelé disse que houve um "choque de vaidades" que provocaram a sua saída do Santos. "O presidente não entendeu o nosso projeto, então é melhor sair", afirmou. Pelé declarou que tinha um contrato com o empresário Sílvio Santos para a realização de um bingo envolvendo o nome do Santos. "Eu tentei, mais em oito meses não consegui nem saber quanto o clube tinha em caixa. Então, eu deixo a Vila e só volto se for para ser presidente", disse. Agência Folha - Você foi boicotado por quem? Pelé - Acho que pelo presidente (Miguel Kodja), já que foi ele quem me demitiu. Agência Folha - Você se sente traído? Pelé - Traído, não. Eu só acho que tem que se trabalhar direito. Qualquer clube do mundo que queira o Pelé como supervisor tem que pagar muito dinheiro. Aqui, eu trabalhei de graça. Agência Folha - Você colocou dinheiro do seu bolso no Santos? Pelé - Algo em torno de US$ 100 mil, mas isto não me preocupa. Agência Folha - A sua saída pode prejudicar a carreira de Edinho no Santos? Pelé - Se ele continuar jogando bem, não tenho preocupação. Agência Folha - Em janeiro, durante a posse da atual diretoria, você pediu uma auditoria nas contas do clube. Isto foi feito? Pelé - Não. Nestes oito meses, eu não consegui nem sequer saber o quanto o Santos possui em caixa para investir. Assim não dá. Agência Folha - É possível uma volta à diretoria do Santos? Pelé - Não. Se voltar, é para ser presidente. O Santos precisa muito mais do Pelé do que o Pelé do Santos. Texto Anterior: Notas Próximo Texto: São Paulo enfrenta Vitória com equipe improvisada Índice |
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