São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994 |
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Mandela anuncia gasto social de US$ 714 mi
FERNANDO ROSSETTI
O ministro que coordena o Programa de Reconstrução e Desenvolvimento (PRD) do partido Congresso Nacional Africano (CNA), Jay Naidoo, detalhou terça-feira no Parlamento os "projetos presidenciais" de Mandela. A idéia é diminuir o fosso econômico entre brancos e negros. O PRD deve aplicar este ano US$ 714 milhões em saúde, moradia e educação. A merenda escolar consumirá US$ 135 milhões. Em seu discurso de cem dias de governo, em 18 de agosto, o presidente negro enfatizou projetos nas áreas que têm sofrido mais críticas da imprensa local: violência urbana, desemprego e falta de moradia. A maior verba, de US$ 143 milhões, vai para um programa de desenvolvimento das administrações municipais. "Queremos ampliar os serviços oferecidos, facilitar a democratização das administrações municipais e lançar as bases para que as comunidades sustentem esses serviços", disse Naidoo. O segundo programa mais caro é o da merenda. O terceiro, de US$ 87 milhões, prevê renovação urbana nas áreas mais violentas. Entre as áreas selecionadas está a de KwaZulu-Natal, que teve 5.600 dos 20 mil assassinatos ocorridos no país em 1993. A falta de água tratada, que atinge metade dos 30 milhões de sul-africanos, será enfrentada com US$ 17 milhões até 1997. O PRD prevê US$ 7,6 milhões para projetos de reforma agrária –um em cada uma das nove Províncias, nos próximos dois anos. Para o ministro da Segurança, Sydney Mafamadi, "o PRD poderá fracassar se as pessoas não se sentirem seguras e protegidas". Sua posição reflete uma briga por verbas entre os setores sociais do governo –como o do ministro da Habitação, Joe Slovo, que promete construir 1 milhão de casas populares– e os que enfrentam os problemas do dia-a-dia –como a polícia, que terá seu orçamento cortado em 4% em 1995. Pesquisa de popularidade divulgada na semana passada mostra que Mandela tem o apoio de 92% dos negros e de 60% dos brancos. Texto Anterior: Ladrões da Tiffany's não conhecem jóias ; Últimos aliados deixam Berlim hoje ; Explosões destroem delegacia de Moscou ; Berlusconi nega atritos com Fini ; Menem diz que já escolheu novo vice ; Susana Higuchi tem habeas corpus negado Próximo Texto: ONU critica ação do Zaire Índice |
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