São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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Londres reduz tropa na Irlanda do Norte

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O governo britânico afirmou ontem que está reduzindo a presença de suas tropas na Irlanda do Norte, uma semana depois de o IRA (Exército Republicano Irlandês) ter anunciado o fim de 25 anos de atividades terroristas pelo fim da soberania britânica na região.
"Algumas coisas foram desativadas. Há esta idéia de diminuição da ameaça (terrorista)", disse o secretário britânico para a Irlanda do Norte, Patrick Mayhew.
O governo britânico mantém cerca de 30 mil soldados e policiais na Irlanda do Norte. Políticos locais disseram que as forças de segurança estão trocando capacetes por boinas e carregando armas mais reservadamente.
Já o premiê John Major sugeriu que é uma questão de tempo o início de negociações com o Sinn Fein (braço político do IRA) sobre o destino da Irlanda do Norte.
"Aos poucos está ficando mais claro que este não é um cessar-fogo temporário", disse Major, que vem exigindo que o IRA afirme explicitamente que o cessar-fogo é permanente.
Já o premiê irlandês, Albert Reynolds, se reuniu ontem em Shannon (Irlanda) com o vice-presidente dos EUA, Al Gore.
Reynolds informou Gore sobre seu encontro, anteontem, com Gerry Adams, presidente do Sinn Fein, que encerrou o ostracismo do partido nacionalista católico e enfureceu a maioria protestante da Irlanda do Norte.
Reynolds negou que haja desentendimentos entre ele e Major. "Ninguém deve ter a impressão de que Major está condicionando tudo a uma palavra ('permanente'). É a substância que é importante e a substância é a paz", disse.
Líderes protestantes da Irlanda do Norte criticam a atuação de Reynolds nas negociações entre católicos e protestantes da Irlanda do Norte, qualificando-a de "intervenção externa".
Os nacionalistas católicos norte-irlandeses querem a integração das duas Irlandas. A "Declaração de Downing Street" (plano de paz lançado por Major e Reynolds em dezembro passado) afirma que qualquer alteração no status constitucional da Irlanda do Norte deve ser aprovada em referendo pela população norte-irlandesa (de que 56% são protestantes).
Os protestantes temem que Major tenha feito concessões secretas para o IRA anunciar o cessar-fogo, o que John Major nega com veemência.(SM)

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