São Paulo, quinta-feira, 8 de setembro de 1994
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De norte a sul, escolha o melhor roteiro

PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em Recife não há muita escolha –é Boa Viagem ou Pina e pronto. Mas Pernambuco tem muito mais. Ao norte, tem Olinda, Maria Farinha, Igaraçu e Itamaracá.
Ao sul, tem Gaibu, Calhetas, Porto de Galinhas, Serramby, Cabo de Santo Agostinho e São José da Coroa Grande.
São nada menos que 187 quilômetros de praias. Em todas, mar azul-esverdeado, piscinas naturais de águas mornas, brisa suave, coqueirais a perder de vista e construções históricas. Quem conhece, atesta: impossível trocá-las por uma das ilhas acima do Equador.
É preciso, no mínimo, quatro dias para conhecer o que Pernambuco tem de melhor. Para aproveitar cada minuto, vale a pena alugar um carro –no aeroporto existem dez locadoras (média de R$ 400 a semana). Depois é só escolher um dos cinco roteiros abaixo e cair na estrada.
Recife – Existem duas Recifes. A do sol, de Boa Viagem ao Pina, com 12 quilômetros de praias; e a histórica, dos casarões, igrejas, mosteiros e fortes do século 17.
No centro, é melhor estacionar o carro e seguir a pé. Comece pela Igreja e Convento Franciscano de Santo Antonio (1606), em estilo barroco, com uma interessante azulejaria; siga à Capela Dourada (1657), em cedro talhado recoberto de lâminas de ouro e termine esta etapa no Museu Franciscano de Arte Sacra, onde há 75 peças dos séculos 18 e 19.
Na Praça da República, há um interessante exemplar do lado mais profano da cidade –o Teatro Santa Izabel, obra neoclássica do arquiteto francês Louis Léger Vauthier, que faz conjunto com os palácios da Justiça e do governo.
A próxima parada, bem mais adiante, no Pátio de São Pedro, é na Catedral de São Pedro dos Clérigos (1782), que tem pedra de cantaria portuguesa e portas barrocas em jacarandá.
Em frente, há um conjunto de casas dos séculos 18 e 19, tombadas, onde funcionam restaurantes, antiquários e lojas de artesanato.
Mas o melhor exemplo da arte pernambucana tem outro endereço: Ateliê Francisco Brennand, Engenho de São João, bairro da Várzea (a 16 km do centro).
São 2.000 esculturas reunidas num mesmo espaço –"um templo de celebração da arte, da vida e do mistério da criação".
Olinda – Mesmo elevada pela Unesco à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, Olinda não esconde um certo ar de abandono. Subir e descer suas ladeiras exige fôlego, mas é a melhor maneira de conhecer os melhores ângulos (experimente o Alto da Sé).
Na rua de São Bento, estão o mosteiro e a igreja de São Bento (1582), a mais luxuosa, com púlpitos trabalhados em talha e um rico altar banhado a ouro. Em Quatro Cantos, os casarões coloridos são a memória do Carnaval de rua mais alegre do Brasil.
Litoral Norte – Para conhecê-lo, o melhor é embarcar em um catamarã (Sea Paradise, R$ 31 por pessoa por quatro horas, tel. 081-435-1740) ou em um ultraleve (Aeroclube, R$ 100 a hora por pessoa, tel. 081-325-1905).
As paradas são Maria Farinha (piscinas naturais em alto-mar), Igaraçu (onde está uma das igrejas mais antigas do Brasil –Cosme e Damião, de 1535), Itamaracá (lá os holandeses construíram o Forte Orange, em 1631) e Coroa do Avião (badalada ilhota para onde convergem cataramãs, ultraleves e jangadas).
Litoral Sul – Os coqueiros a perder de vista são o símbolo desta que é hoje a mais badalada praia de Pernambuco –Porto de Galinhas (veja texto à pá. 6-3). Seu nome curioso, diz a lenda, tem origem numa senha ("Chegaram as galinhas d'Angola") utilizada pelos escravos negros que desembarcavam refugiados em sua enseada tranquila.
Passear de jangada é o melhor programa de Porto de Galinhas e Serramby. Se o mar estiver calmo, vale esticar até a deserta ilha de Santo Aleixo.
As tranquilas praias de Gaibu, Calhetas e São José da Coroa Grande também são boas pedidas.
Reserve o fim da tarde para um pôr-do-sol inesquecível no Cabo de Santo Agostinho.

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