São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Constituição precisa mudar, diz ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Fazenda, Ciro Gomes, defendeu ontem na cerimônia de transmissão de cargo uma ampla reforma constitucional como medida adicional ao Plano Real para promover a justiça social.
Ciro disse à Folha que não pretende alterar o valor do salário mínimo –R$ 70 a partir deste mês– e que a isonomia salarial dos servidores públicos vai incluir somente os reajustes que estão fixados.
Depois de receber o cargo de seu antecessor no Ministério da Fazenda, Rubens Ricupero, o novo ministro afirmou que o governo "não vai vacilar em usar as importações sempre que a prática de preços abusivos colocar em risco a estabilidade monetária".
Diante de um auditório repleto de políticos, empresários e autoridades, Ciro prometeu ainda que sua equipe estará vigilante para manter dentro dos limites da capacidade ociosa da indústria o aumento do consumo das camadas mais pobres da população.
O novo ministro também destacou que não admitirá o repasse dos reajustes de salários aos preços. "Não podemos voltar à época em que o aumento de preços funcionava como piso, alimentando a indexação", afirmou.
Outra prioridade citada pelo ministro é o equilíbrio das contas públicas. "Só vamos gastar o que for arrecadado, não vamos emitir nenhum tostão para cobrir gastos orçamentários", disse Ciro.
A continuidade ao programa de privatização e a política monetária dentro dos limites fixados pelo Plano Real também estão entre as prioridades citadas por Ciro.

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