São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994 |
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Investimentos tentam brecar importação
ANTONIO CARLOS SEIDL
Um sinal da resposta da indústria ao processo irreversível de abertura econômica é o aumento de seus investimentos no primeiro semestre de 1994. Antonio Evaristo Teixeira Lanzana, assessor econômico da Fiesp e autor do estudo, diz que os investimentos realizados, inclusive com a importação de bens de capital, foram mais dirigidos no sentido de obter ganhos de produtividade que na construção de novas plantas. "Isso mostra a crescente preocupação da indústria paulista com a intensificação do processo de abertura comercial", afirma. Ele identifica dois tipos de investimentos: reorganização administrativa com a redução de cargos na hierarquia da empresa, entre elas a terceirização, e aquisição de equipamentos mais modernos em busca do aumento da eficiência com a redução dos custos de produção. Lanzana diz que o aumento de investimentos no primeiro semestre ainda não é uma resposta à expansão do mercado consumidor mas motivado pelo aumento da concorrência externa. Ele prevê a continuação desse tipo de investimentos no segundo semestre, porque, diz, "esse é um processo que ainda não se concluiu e ainda não há uma certeza definitiva na recuperação da economia brasileira". Lanzana acredita que a produção da indústria paulista, que aumentou 1,4% no primeiro semestre, encerrará o ano com um crescimento mas sem aumento do emprego. Apesar do aumento do nível de atividades no primeiro semestre, o número de pessoas ocupadas na indústria paulista foi 2,3% inferior ao registrado em igual período anterior. A tendência da indústria, diz Lanzana, é produzir mais com menos gente, aumentando a relação produto por empregado, que, no primeiro semestre deste ano, cresceu 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Lanzana diz que a criação de empregos na indústria paulista a médio e longo prazos depende de investimentos diretos no aumento da capacidade produção em resposta a retomada definitiva do crescimento econômico. Os investimentos na obtenção de ganhos de produtividade foram mais concentrados nos setores de materail elétrico e de comunicações (44,5%), mecânica (27,1%) e material de transporte (11,8%). Em seu estudo, publicado, esta semana, pela revista "Notícias", da Fiesp, Lanzana diz que a indústria paulista vem enfrenatndo com sucesso o desafio da competitividade externa. Texto Anterior: Anfavea sugere pacto para evitar paralisação Próximo Texto: Escelsa só será leiloada em 1995 Índice |
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