São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994 |
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Mulher é acusada de liderar sequestro
MARCELO GODOY
Bernardini foi sequestrado em 18 de julho de 90, quando voltava para casa, no Alto de Pinheiros (zona oeste de São Paulo). Seu Fiat Prêmio foi fechado por uma Kombi, de onde desceram dois homens que o renderam. Um deles usava farda da PM. Após seis dias no cativeiro, ele foi libertado. A família pagou US$ 1,8 milhão de resgate e, só então, comunicou o crime à polícia. Esta é a primeira vez que a Deas (Delegacia Anti-Sequestro de São Paulo) acusa uma mulher de liderar um grande sequestro. 'Alda e seu marido, Romualdo Bonifácio Pires, lideraram o grupo", disse o delegado Maurício Guimarães Soares, 28, da Deas. Romualdo morreu há dois anos de ataque cardíaco. Alda negou o crime. A polícia também prendeu Antônio Vieira da Silva, 27. Silva foi encontrado em Malta (PB) e confessou o crime. Na época, ele trabalhava para o casal Pires e disse que sua função foi vigiar o empresário no cativeiro. Outros cinco acusados estão foragidos. Todos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. Além deles, também são acusados Marcos Lima do Nascimento, 35, então 2º sargento da PM, e dois homens conhecidos apenas como Pedro "Fofo" e Geraldo. A Deas tem depoimentos contra Alda e Romualdo. Eles foram acusados por dois parentes de liderar o sequestro. "A Receita Federal fez um levantamento dos bens do casal e demonstrou que eles não têm como justificar a variação do patrimônio após 90", disse o delegado. Alda foi presa em sua loja de autopeças, na avenida Edgar Facó, na Freguesia do Ó (zona norte). Ela mora em um apartamento de cobertura duplex em Pinheiros. Além desses bens, segundo a Deas, ela e o marido teriam comprado um posto de gasolina, um hotel fazenda, um outro apartamento e cinco automóveis. "Antes do crime, o casal só tinha uma borracharia". Texto Anterior: O criador de encrenca Próximo Texto: Tiroteio mata traficante Índice |
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