São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994 |
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MR-8 é o último moicano quercista
GEORGE ALONSO
Enquanto parlamentares e lideranças estaduais parecem já ter "jogado a toalha", o MR-8 surge como o braço de apoio mais ferrenho ao candidato Orestes Quércia. Organização de extrema-esquerda nos anos 60, o MR-8 surgiu de um racha do PCB, partiu para a guerrilha e, em 1974, encontrou abrigo no então MDB. Desde 1982, quando o grupo exigiu Quércia como vive na chapa do candidato a governador Franco Montoro (então no PMDB), o MR-8 e o quercismo são parceiros. Todos os dias, às 6h, a Juventude Revolucionária (JR-8) coloca nas ruas sua "tropa" –conforme o linguajar "oitista"– para realizar panfletagem e corpo-a-corpo com o eleitor. O "Oito" controla a União Municipal de Estudantes Secundaristas (Umes), é maioria na diretoria da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e divide com o PC do B o "coletivo" que comanda a União Nacional dos Estudantes (UNE). A presença do "Oito" em 300 grêmios de escolas fez com que Totó Parente, 28, outro integrante da facção, se lançasse candidato a deputado estadual pelo PMDB. "Somos amigos do Quércia", diz Totó. Tão próximos que o Ministério Público estadual ainda investiga o repasse pelo Estado de US$ 8,9 milhões a uma sociedade, dirigida pelo MR-8, que constrói casas populares em mutirão. "Acreditamos nas nossas idéias, somos firmes no socialismo. Somos marxistas-leninistas e stalinistas", define Totó. "Não nos intimidamos mesmo. Quando temos de partir para o enfrentamento, partimos", conclui. Já o secretário-geral do MR-8, Cláudio Campos, 47, diz que a facção é "maviosa". Em português claro, mavioso significa "terno", "suave", "brando". Segundo seus dirigentes, o MR-8 tem hoje 20 mil simpatizantes no país, dos quais 10 mil realmente ativos. Texto Anterior: 'Mulher não é recheio', diz candidata Próximo Texto: Pleito Caído, o retorno! Índice |
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