São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Vendas com cartões crescem até 65%

DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas com cartão de crédito cresceram, em agosto, até 65% sobre julho. Foi um movimento surpreendente, apesar de o comércio ter sido mais ativo em agosto em função do Dia dos Pais.
"Já é uma forma estabelecida de meio de pagamento depois da entrada do real", diz Conrado Engel, 37, presidente do cartão Nacional.
O Nacional, com 1 milhão de portadores, foi o que computou aumento de 65% nas compras feitas com seu cartão. Esperava entre 50% e 55%.
O volume de transações deu um salto de 60% sobre o mês anterior. O valor médio passou de R$ 36 para R$ 40.
"Não há explosão de consumo, apenas um deslocamento do meio de pagamento", analisa Engel, para quem o cheque está dando lugar ao "dinheiro de plástico". O Nacional também conseguiu mais 50 mil associados em agosto.
Márcio Santos Souza, 50, diretor do Bradesco responsável pela área de cartão de crédito, diz que agosto foi 31% melhor que julho –porém, 94% melhor que agosto de 93.
O Bradesco/Visa tem 1,35 milhão de usuários. Foram responsáveis por um aumento de 16% nas transações, que passaram de um valor médio de R$ 43 para R$ 47.
Apesar do crescimento, o Brasil ainda tem mercado reprimido. Atualmente há 9,1 milhões de cartões nas mãos de brasileiros. O potencial é para 20 milhões, diz Souza.
Outra grande administradora, a Credicard, responsável por seis cartões com esta marca e o Diners Club (4,5 milhões de portadores), computou aumento de 49% no volume de compras do mês passado sobre julho. Foram perto de US$ 500 milhões negociados.
O número de transações com os cartões pulou de 7,5 milhões para 10,5 milhões –40% a mais.
O número de novos associados chegou quase a 90 mil. "A adesão foi grande", diz Antônio Eduardo de Carvalho Brigagão, 52, presidente da Credicard.
Ele ressalta que cresceu o uso da Redeshop –sistema com 11 mil terminais eletrônicos que recebem pagamento de cartões magnéticos de bancos.
O American Express Card aumentou seu faturamento em 30% em agosto em relação a julho, segundo Gil Moro, 35, diretor de marketing. Na comparação com junho (antes do plano) as vendas dobraram.
A procura espontânea pelo cartão cresceu 10% em relação ao período anterior ao plano, diz Moro. Ele espera crescimento de 30% no faturamento deste ano em relação a 93. O número de usuários deve crescer 15% no período.
O faturamento do cartão Personalité, administrado pelo Banco Francês e Brasileiro (BFB), aumentou 50% com a chegada do real. Segundo Urbano Araújo de Moraes, diretor do cartão, as vendas tinham caído 30% no período da URV (março a junho), quando as pessoas praticamente deixaram de usar cartões.
Moraes diz que o número de clientes teve pequena queda com o real, uma vez que o banco está redirecionando seu atendimento para usuários de maior poder aquisitivo. Ele prevê fechar o ano com faturamento 30% acima do de 93.
O cartão Ourocard, administrado pelo Banco do Brasil, expandiu suas vendas em 61% em agosto na comparação com julho. O número de clientes aumentou 1% no período, segundo Lidia Faria, gerente do comércio do Ourocard. A expectativa é aumentar as vendas em 40% até o final do ano em relação a 93.

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