São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Caso Ricupero puxa venda de parabólicas

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 12/09/94

Em alguns exemplares desta edição, a foto da capa deste caderno saiu sem crédito. O correto é Joorge Araújo/Folha Imagem.
Caso Ricupero puxa venda de parabólicas
O episódio que derrubou o ministro Rubens Ricupero da Fazenda agitou o comércio de antenas parabólicas.
Duas das principais fabricantes nacionais, a Antenas Santa Rita e a Plasmatic, se preparam para aumentar as vendas, depois que a conversa entre o ex-ministro e o repórter Carlos Monforte, da Rede Globo, foi captada por usuários de parabólicas no dia 1º de setembro (veja texto ao lado).
Antonio Martins Andrade, 49, gerente de vendas da Santa Rita, diz que o caso aumentou o interesse dos consumidores pelo sistema.
Crescendo a passos largos (cerca 35% ao ano), o mercado de parabólicas é hoje uma boa alternativa de negócio para quem entende do assunto.
A estimativa dos fabricantes é de que que existam 1,5 milhão de parabólicas instaladas no país.
O diretor para assuntos corporativos da Plasmatic, César Fernandes, 46, avalia em 10 milhões o número de casas aptas a receber uma parabólica.
"Há um déficit potencial de 8,5 milhões de residências a serem atendidas", diz.
Com cerca de US$ 30 mil dá para entrar na área e abrir uma loja.
Segundo Celso dos Santos, 35, dono da Ponto das Antenas, em São Paulo, é possível abrir as portas com um estoque de 50 peças.
É preciso procurar produtos de boa qualidade e negociar para que os preços sejam competitivos, já que a maioria dos fabricantes também vende no varejo.
Marcelo Barrozo, 22, supervisor de vendas da Antenas Globo, diz que a maior procura é por antenas do tipo individual –para residências. Na Globo, o modelo mais simples sai por R$ 340.
Cidades do interior ou litorâneas cercadas por montanhas são as que têm melhor potencial de venda.
Para "engordar" o faturamento, algumas lojas vendem e fazem manutenção de equipamentos eletrônicos em geral.
A margem de lucro na revenda de parabólicas varia de 18% a 25%, dependendo da localização e da concorrência.
É preciso contratar instaladores com experiência, mas segundo Celso dos Santos, pode-se trabalhar com serviços de terceiros.
Ele afirma que os autônomos cobram, em média, R$ 80 por parabólica instalada.
A Santa Rita oferece treinamento de um dia para funcionários de revendedores da marca, além de folhetos e propaganda de rádio e TV prontas para receber o nome e o telefone do distribuidor.
As vendas, geralmente, são à vista. Para clientes antigos, o prazo de pagamento na Santa Rita pode chegar até a 30 dias.
Distribuidores da Plasmatic podem pagar as faturas em 14 e 28 dias.
Ricardo Jabur, 42, consultor do Sebrae SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), diz que as lojas devem se diferenciar pelo atendimento, além do marketing direto.
Para a ação de marketing direto, ele aconselha que a empresa tenha três linhas telefônicas e compre um cadastro de clientes potenciais.

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