São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 1994
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Enfermeira é condenada à prisão por fazer aborto no interior de SP

MARCELO CARNEIRO
DA FOLHA NORTE

A enfermeira Maria de Lourdes da Silva, 53, foi condenada a um ano e quatro meses de prisão ontem à tarde por ter feito um aborto em Adriana Oliveira, em 89, em Santa Fé do Sul (625 km a noroeste de São Paulo). A garota tinha 17 anos na época.
Maria de Lourdes vai cumprir a pena em liberdade por ser primária. Ela foi condenada por seis votos a um. O julgamento começou às 8h40 e durou sete horas.
Em seu depoimento ontem no Tribunal do Júri Popular, a enfermeira confessou ter feito o aborto na garota. Maria de Lourdes chorou durante o depoimento.
O aborto de Adriana foi realizado na casa da enfermeira.
Maria de Lourdes colocou uma sonda na vagina de Adriana para forçar a saída do feto.
Ao chegar em casa, a garota começou a ter sangramentos e foi internada na Santa Casa.
Depois de receber alta médica, ela prestou depoimento na delegacia e sumiu da cidade. Adriana não foi encontrada para participar do julgamento.
Os advogados de defesa, João Soares Borges, 53, e Cláudia Reis Borges, 25, alegaram no julgamento que não existiam exames comprovando a gravidez.
A gravidez foi comprovada pelo promotor José Carlos Loureiro da Silva, 38, com a apresentação de exames de corpo de delito feitos quando a menor esteve internada na Santa Casa.
"O depoimento da enfermeira bateu com o prestado pela vítima na polícia", disse o promotor.

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