São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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"Cola eletrônica" inviabiliza exame da Fuvest

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O vestibular da Fuvest vai ficar "inviável" daqui a cerca de cinco anos com a sofisticação e miniaturização dos equipamentos de transmissão de mensagens à distância, como "pager" e telefone celular.
A afirmação é do diretor-executivo da Fuvest, Alceu Gonçalves de Pinho, 60. "É um vestibular descentralizado e difícil controlar", diz.
O presidente da Câmara do Vestibular da USP, Luiz Barco, 55, discorda da opinião. "Considero alarmista esse tipo de previsão."
"A cada uso indevido de aparelhos eletrônicos surgirá novas medidas de segurança. Eu não daria um prazo tão curto para que o vestibular se tornasse obsoleto."
O número de inscritos na Fuvest este ano está previsto para ultrapassar os 140 mil, recorde de 93. A Fuvest seleciona alunos para a USP e mais quatro escolas.
"A fraude consegue driblar o esquema de segurança. Está ficando difícil segurar isso", diz Pinho.
No ano passado, um artifício para evitar a "cola eletrônica" foi o anúncio de última hora de que os resultados dos testes da primeira fase só seriam divulgados após a entrega de todas as provas.
A vigilância das frequências de rádio apresenta dificuldades. Segundo a Folha apurou, em vários locais de prova seria impossível localizar da origem dos sinais.
Além disso, a "varredura" das frequências de rádio pela Delegacia de Comunicações (antigo Dentel) foi feita só em 2 dos 151 locais de exame na primeira fase de 93.
Apesar de todas as dificuldades, "o fim do vestibular é um fato fora de cogitação", diz o pró-reitor de graduação da USP, Carlos Alberto Barbosa Dantas, 58.
Discussão efetiva sobre novos rumos do exame não há. "Mas estamos procurando criar dificuldades contra fraude", diz Pinho, que promete surpresas este ano.

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