São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994
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Medeiros desiste e já pensa em 96

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a governador pela coligação PPR-PP, Luiz Antônio de Medeiros, vai usar os últimos 17 dias de campanha para divulgar seu nome e tentar se fortalecer para a disputa da sucessão do prefeito Paulo Maluf em 1996.
A cúpula de sua campanha a governador já descarta a vitória do candidato.
O próprio Medeiros admite as dificuldades e atribui o fracasso eleitoral à falta de envolvimento de Maluf (PPR), o idealizador da candidatura, e à falta de recursos.
Oficialmente o candidato não critica diretamente Maluf. Prefere falar que o PPR não se engajou na campanha mas afirma: "Estou sozinho na campanha. Sou eu e Deus".
O PPR não aceitou a indicação de Medeiros desde a oficialização da candidatura (leia texto nesta página).
Os problemas de Medeiros começaram a se acentuar depois que ele passou a fazer denúncias de irregularidades financeiras na campanha de Mário Covas (PSDB), primeiro colocado nas pesquisas.
No dia 27 de agosto, Medeiros denunciou uma suposta rede de financiamento irregular na campanha tucana.
Depois da denúncia, seu índice de rejeição atingiu 31%, o maior entre os candidatos que disputam a sucessão de Luiz Antonio Fleury Filho.
No início da campanha, o índice de rejeição de Medeiros era de 23%, atrás de José Dirceu (PT) e Barros Munhoz (PMDB).
Desde o lançamento de seu nome, porém, ele se manteve com índices de intenção de voto baixos, oscilando dentro da margem de erro das pesquisas Datafolha.
O candidato do PP começou a campanha, em maio, com 6% das intenções de voto, subiu para 7% em junho e voltou a oscilar para 5% em julho.
Em agosto, ele atingiu seu índice mais baixo, 4%, atrás de Covas –48%–, Barros Munhoz (PMDB) –10%–, Francisco Rossi (PDT) –9%– e José Dirceu (PT) –8%–.
As dificuldades da campanha se traduzem na redução de viagens ao interior, diminuição de pessoal e corte de salários.
No último mês, Medeiros fez duas viagens ao interior –Pirassununga e São Carlos– ao lado de Esperidião Amin, presidenciável da coligação e reduziu de 20 para 9 o número de assessores mais próximos.
O candidato do PP, já prevendo a derrota, estima devolver cerca de R$ 13 milhões em bônus eleitorais à Justiça.
Medeiros pediu à Justiça Eleitoral R$ 14 milhões em bônus eleitorais mas só conseguiu arrecadar oficialmente R$ 1,5 milhão. A estimativa da cúpula é que Medeiros termine a campanha com uma dívida de R$ 1 milhão.
Ele quer permanecer na política e disputar a Prefeitura de São Paulo porque não tem mais espaço no sindicalismo.
Integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo descartam seu retorno e o próprio candidato vê nessa hipótese um retrocesso.

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