São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994 |
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Quércia diz que verba está no fim, mas nega renúncia Candidato do PMDB anuncia mudanças na propaganda ALEXANDRE SECCO
Ele também disse que o dinheiro está no fim e que a partir de amanhã usará uma nova estratégia no horário eleitoral. Segundo Quércia, este seria o patamar "padrão" normalmente atingido por Lula –os votos consolidados. Já Fernando Henrique Cardoso (PSDB), segundo o candidato do PMDB, deverá ficar com "mais ou menos 20%" na véspera da eleição. Por essa análise, Quércia terá que saltar pelo menos 15 pontos em duas semanas para concorrer ao segundo turno. "Eu vou disputar o segundo turno. Lula e FHC no segundo turno seria uma tragédia para o país." Para ele, a sensação sobre o real vai cair antes da eleição, "o povo está vendo que o candidato do governo (FHC) é fraco e que está escondido atrás da moeda". "Já vi eleições virarem um dia antes da votação", disse. Ele lembrou o caso da eleição para a Prefeitura de São Paulo em 88, quando as pesquisas de véspera davam como vitorioso Paulo Maluf (do então PDS). Acabou sendo eleita a petista Luiza Erundina. Quércia afirmou que conta com o apoio das lideranças importantes do PMDB e das bases do partido. Esse apoio da base e a decepção com o Plano Real seriam os responsáveis por alavancar sua candidatura até 3 de outubro. "Com tudo isso, pergunto o que aconteceu", disse. "Eu esperava que a reviravolta na campanha já tivesse ocorrido. Ele só não consegue esconder o desânimo. "Isso de ânimo é uma análise subjetiva. Estou normal, está tudo bem, de repente até eu estava mais animado", disse. Segundo Quércia, a falta de dinheiro já obrigou a demissão de pessoal de campanha e, para a reta final, os gastos serão mais modestos. A tônica da propaganda de TV, que está no pagamento dos 12%, não pegou e deve mudar.Os problemas de dinheiro levaram o candidato a desmontar parte da estrutura de sua campanha: além da dispensa de funcionários, o fechamento de comitês. "Agora vamos gastar menos, mas o bastante para chegar ao segundo turno", disse ontem em São Paulo, onde gravou programa e participou do aniversário do publicitário Chico Santa Rita. Quércia não quantificou a diminuição dos recursos de campanha. Não falou quantas pessoas foram dispensadas e nem quanto passará a gastar. "Agora nem tenho essas informações e também isso não é coisa para ficar falando", afirmou. A campanha vai deixar de lado o apelo para pagamento dos 12% de reajuste salarial e adotará um novo slogan: "Nem lá, nem fh, Quércia já" –lá, uma referência a Lula e FH a Fernando Henrique Cardoso. Texto Anterior: Candidatos recuam e impedem debate Próximo Texto: Gafe de artista marca comício do PT no Rio Índice |
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