São Paulo, sábado, 17 de setembro de 1994 |
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Londres suspende censura ao Sinn Fein
SÉRGIO MALBERGIER
A proibição, imposta em 1988 pela então primeira-ministra Margaret Thatcher, fazia com que membros do Sinn Fein, como seu presidente, Gerry Adams, tivessem sua voz dublada por atores durante entrevistas para rádios e TVs. O anúncio de Major ocorre duas semanas depois de o IRA anunciar o fim de seus 25 anos de ações terroristas, pré-condição para que o Sinn Fein participe de negociações de paz sobre a Irlanda do Norte com os governos do Reino Unido e da República da Irlanda. Major reiterou que o IRA ainda deve deixar claro que o cessar-fogo anunciado é permanente. "Eles estão quase lá", disse ele. O premiê espera que, com maior acesso aos meios de comunicação, o Sinn Fein afirme de forma mais clara que não há volta ao terrorismo. Só então, disse Major, começará a ser contado o prazo de três meses sem violência para o Sinn Fein poder sentar-se à mesa de negociações. Tentando acalmar a comunidade protestante da Irlanda do Norte (56% da população), Major voltou a afirmar que qualquer mudança acertada em futuras negociações terá de ser aprovada em referendo entre os norte-irlandeses. "Ninguém agirá pelas suas costas, caberá a vocês decidirem", disse ele, tentando dissipar as suspeitas protestantes de que seu governo teria feito um acordo secreto para obter o cessar-fogo do IRA. A censura ao Sinn Fein e outros grupos da Irlanda do Norte foi imposta em 1988, após uma série de atentados sangrentos do IRA. Thatcher disse na época que a intenção era "retirar o oxigênio da propaganda" dos terroristas. Mas muitos críticos consideravam a proibição antidemocrática e ineficiente, com os meios de comunicação contratando atores com sotaque irlandês para dublar os dirigentes do Sinn Fein. Adams não deu entrevistas ontem, mas alguns canais colocaram no ar entrevistas passadas com a voz original. Texto Anterior: ONU autorizou uso da força Próximo Texto: Greve paralisa bancos italianos Índice |
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