São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Abras se recusa a identificar fonte de altas

MÁRCIA DE CHIARA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) se recusa a identificar para o governo empresas que pressionam por aumentos de preços. "Nos recusamos a fazer patrulhamento", afirmou Levy Nogueira, presidente da entidade.
Anteontem, Ciro Gomes, ministro da Fazenda, em visita à 28ª Convenção Nacional de Supermercados, no Rio, disse que esperava colaboração dos supermercadistas para saber de onde viriam as pressões.
Segundo Nogueira, o movimento de alta é localizado. Ele estaria ocorrendo no café, ainda sob efeito das geadas, e nos setores de papel higiênico e embalagens, por conta do aumento das exportações de aparas de papel.
Neste caso, diz Nogueira, o governo acenou com a possibilidade de inibir a exportação e zerar a alíquota de importação das aparas.
Nogueira disse que a gordura no setor não é generalizada. "Há produtos magros e com gordura". Para ele, isso varia de acordo com a margem de cada empresa.
Paulo Afonso Feijó, presidente eleito da Abras que toma posse em janeiro para o período 95/97, confirma a existência de gorduras e é favorável à redução das alíquotas de importação.
Nas próximas semanas, o consumidor vai notar nos supermercados efeitos da abertura. São massas italianas, azeitonas, azeite, maçãs argentinas, doces, eletrodomésticos e brinquedos que vão ter maior participação no mix de vendas.
Motivo: preços mais competitivos do que o produto nacional.
Segundo Nogueira, os importados hoje não chegam a 1% do faturamento dos supermercados.
Até as 14h de ontem, a feira tinha superado as expectativas. Segundo a Abras, 6.504 atacadistas e supermercadistas tinham participado do evento. O número de pessoas que circulou pelos 17.293 metros quadrados do RioCentro foi maior: em 93 foi de 11 mil pessoas, contra 14.589 entre segunda-feira e ontem.
Levy Nogueira estima que os negócios deverão somar entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões.

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