São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Ricupero se contradiz ao depor no TSE

CYNARA MENEZES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero não conseguiu dar explicações convincentes sobre suas declarações ao repórter Carlos Monforte, na conversa captada há 20 dias por antenas parabólicas.
Ricupero depôs no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no processo que investiga o uso da máquina do Estado pelo candidato Fernando Henrique Cardoso, e chegou a dizer que quando se referia a "ele", na conversa captada pelas antenas parabólicas, falava do Plano Real e não de Fernando Henrique.
A frase dita na conversa era: "Para a rede Globo foi um achado. Ao invés de terem que dar apoio ostensivo a ele, botam a mim no ar e ninguém pode dizer nada."
Quando disse "isto não ocorreu da outra vez" na conversa com Monforte, Ricupero dava a entender que falava da eleição de 1989, mas no depoimento de ontem disse que ele se referiu "à primeira etapa do Plano Real".
O ex-ministro se contradisse ao declarar nunca ter lido a transcrição ou visto a fita com a conversa. Em sua carta de despedida do ministério, Ricupero se referiu a vários trechos transcritos.
O ex-ministro voltou, porém, a reafirmar o conteúdo da carta, onde se diz traído pela vaidade. "Os comentários foram jactanciosos, mas era uma conversa subjetiva, como numa mesa de bar", disse.
"O ex-ministro continua mostrando o que é bom e escondendo o que é ruim", disse o advogado Arnaldo Malheiros, autor da representação. Para Malheiros, Ricupero "se omitiu nas respostas".

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