São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994
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Instituto identifica espécies para o público

PAULO SILVA PINTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você quer saber qual o nome da flor que surgiu em seu jardim, pode levá-la ao Jardim Botânico.
O Instituto de Botânica, que engloba o parque, tem um herbário com 300 mil hexicatas (pedaços de plantas secos) que os técnicos consultam se não souberem responder na hora qual a espécie vegetal.
A época é boa para este tipo de consulta, segundo o diretor do Instituto de Botânica, Luiz Mauro Barbosa, 44, porque as flores ajudam muito na identificação.
O instituto abre de segunda a sexta-feira, de 8h30 às 12h e de 14h às 17h30. O acesso mais fácil é por outra portaria, no número 3.687 da Miguel Stéfano.
Uma parte da área de pesquisa –os lagos, a alameda das palmeiras imperiais– foi incorporada ao parque depois da reforma que durou três anos e acabou em 92. A área de visitação aumentou para os 360 mil m2 que tem hoje.
Nos fins-de-semana ensolarados, o parque recebe até 4.000 pessoas. Com dias frios, porém, o número despenca: no último sábado, só 75 pessoas passaram pelas catracas.
Já nos dias de semana, com chuva ou sol, o Jardim Botânico fica lotado de excursões de escolas. A agenda de visitas programadas está lotada até novembro.
Professores que queiram levar seus alunos em visitas escolares informais não vão encontrar problemas. Mas os guias de fora são vetados pela segurança. "Eles dão muitas informações erradas. Estamos fazendo um curso para formar essas pessoas."
É possível também fazer visitas com guias do próprio parque, às 14h do domingo. Elas incluem caminhadas por trilhas na mata atlântica que circunda o parque –às vezes é possível ver macacos nas árvores.
O roteiro inclui o bosque de pau-brasil, com 50 exemplares da árvore que está em processo de extinção. Descobrem-se também árvores que podem passar despercebidas em um passeio, como a tamareira, do Oriente Médio. Ou a saboneteira, com frutinhas que fazem espuma quando são esmagadas na água.
Para muita gente, porém, a grande atração é o sossego. "É o melhor parque da cidade. O mais bem cuidado e tranquilo. Só não venho mais porque é longe da minha casa, no Alto de Pinheiros (zona oeste)", diz o professor Linilson Padovesi, 34.
Incêndio
Um incêndio destruiu na quarta-feira 10 mil m2 da reserva florestal de 5,73 milhões de m2 que inclui o Jardim Botânico.
A área atingida, de mata atlântica, fica no Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo, perto do km 11 da rodovia dos Imigrantes.
O fogo começou por volta de 14h30 e foi controlado às 23h. Os bombeiros encontraram nas cinzas uma boca de balão, em arame.
Há 20 dias um outro incêndio destruiu outros 10 mil m2 de mata, ao lado da área atingida anteontem, segundo o diretor do Jardim Botânico, Reinaldo Alves.
(PSP)

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