São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nova York dos anos 20 é tema de musical

MARCO CHIARETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Espetáculo: Histórias de Nova York
Autora: Dorothy Parker
Direção: Odavlas Petti
Elenco: Maitê Proença, Mirian Lins, Dadá Cyrino, Wellington Nogueira, Edson Montenegro
Onde: Teatro Mars (r. João Passalacqua, 80; tel. 011/605-9570)
Quando: estréia hoje, às 21h; de quinta a sábado, às 21h; domingo, às 20h
Quanto: até 30 de outubro, quintas e domingos, R$ 10; sextas e sábados, R$ 12

A crítica Dorothy Parker nunca perdoou ninguém. "Ela não perdia uma frase, nem que isso custasse perder um amigo", diz a paulistana Maitê Proença, estrela principal do musical "Histórias de Nova York".
O espetáculo mistura oito histórias intercaladas por números musicais e foi montado em dois meses em cima da adaptação feita pelo diretor Odavlas Petti a partir de contos da famosa escritora e jornalista norte-americana.
Maitê estréia como cantora, acompanhada entre outros por Mirian Lins e Wellington Nogueira. "Petti e o produtor me viram cantando em um programa e me convidaram", diz ela.
A atriz faz cinco personagens, "todos eles com algo de Dorothy Parker, que afinal se incluía em tudo o que escrevia."
Parker foi uma das mulheres mais inteligentes e cáusticas de seu tempo. Debochou do pieguismo e do conformismo com tanto vigor que no fim da vida quase não lhe sobraram amigos. Tentou matar-se tantas vezes que um amigo lhe disse para parar, argumentando que o suicídio fazia mal à saúde.
Contos
"Histórias de Nova York" é composta por oito partes independentes, cada uma baseada em um conto do livro "Big Loira e Outras Histórias de Nova York", que reúne histórias de Parker, organizado e traduzido por Ruy Castro.
"Esta multiplicidade aumenta muito a complexidade da peça", diz Petti, "já que você tem que compor oito pequenos espetáculos com começo, meio e fim e criar 20 e tantos personagens, todos diferentes."
Gershwin
A música, que inclui composições de Duke Ellington, George Gershwin e Cole Porter, relembra o espírito da época.
Um tempo retratado com muita ironia pela visão particular que Dorothy Parker tinha da vida intelectual e artística da Nova York entre as duas guerras mundiais.
Nesse período, ela foi uma das mais respeitadas comentaristas da sociedade nova-iorquina.
A direção musical do espetáculo é de Guga Stroeter e Matias Capovilla.
Anos 20 e 30
O musical começa quando o público está entrando no teatro, com os atores circulando pelo palco usando figurinos dos anos 20 e 30.
O palco reproduz um bar nova-iorquino da época, com uma decoração com detalhes "art déco". Há um piano, em torno do qual os atores cantam várias das músicas da peça.
"Por que Nova York dos anos 20? Porque acho que esta época, como poucas outras, foi muito louca, muito criativa e muito bonita", diz o diretor. "Era a época da Lei Seca, de liberação de costumes, de muita criação artística."

Texto Anterior: Polêmica reúne insultos e exibicão erudita
Próximo Texto: Mercearia do Conde preserva simplicidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.