São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Namoro gay vira discurso de feministas

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O filme "O Par Perfeito", que estréia hoje em São Paulo, chega às telas acompanhado de muito hype, por tratar do universo gay feminino com delicadeza e humor, assunto até então difícil de ser dissecado no cinema.
Dirigido pela cineasta gay Rose Troche, a partir do roteiro de Guinevere Turner, sua namorada e atriz principal, "O Par Perfeito" aborda a experiência amorosa de mulheres com outras mulheres.
Todo em preto e branco, "O Par Perfeito" foi filmado em 16 e 35 mm e seu custo não chegou a U$ 100 mil, padrões relativamente baixos para os americanos.
O termo "Go Fish" (título original), além de significar o ato de pescar, é comumente usado como gíria para designar o ato de "pescar" parceiras na noite.
Max (Turner) procura desesperadamente uma namorada, sem sucesso. Ajudada pelas amigas, as namoradas Kia e Daria e Evy, conhece Ely (V.S. Brodie), uma ex-hippie, tímida e feia. A história gira em torno dos desencontros amorosos e das dificuldades em "oficializar" o namoro.
A esperteza com a qual Rose Troche conduz a história central contrasta com os intermináveis discursos e análises sobre a condição das lésbicas, o que torna o filme claustrofóbico. Incomoda o cuidado excessivo em tratar temas como homens (não há nenhum no filme) e filhos, e o tom politicamente correto, que assola os filmes que tratam de minorias.

Filme: O Par Perfeito
Diretora: Rose Troche
Elenco: Guinevere Turner, V.S.Brodie, T. Wendy McMillan, Migdalia Melendez e Anastasia Sharp
Produção: EUA, 94
Estréia: Hoje no Belas Artes sala Villa Lobos

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