São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Aristide prega contra a anistia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente do Haiti no exílio, Jean-Bertrand Aristide, está pedindo aos parlamentares haitianos que o apóiam que votem contra a anistia geral aos integrantes do regime militar no poder desde 1991.
O acordo firmado pelo ex-presidente Jimmy Carter, que possibilitou a ocupação pacífica do Haiti por tropas dos EUA, se referia a uma "anistia geral a ser votada pelo Parlamento haitiano".
"Quando crimes contra a humanidade ocorrem, não se pode falar em anistia geral", disse Aristide ao reverendo Jesse Jackson na rede de TV CNN, em sua primeira entrevista desde a ocupação de seu país pelos EUA.
Também em entrevista à CNN, o líder da junta militar do Haiti, general Raoul Cedras, responsabilizou as tropas dos EUA pelo virtual estado de caos na região norte de seu país. Com palavras cautelosas, Cedras disse que o acordo entre ele e os militares dos EUA prevê que a ordem pública seja mantida pelos haitianos, mas que eles têm sido impedidos pelos norte-americanos de fazer isso.
A secretária da Justiça dos EUA afirmou ontem que não deu nenhuma ordem para se suspender a investigação sobre o envolvimento de Aristide com o tráfico de drogas. "O caso foi arquivado por falta de provas", disse.

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