São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Vítimas da balsa Estonia são mais de 900

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma nova lista de passageiros revelou que o número de mortos e desaparecidos no naufrágio da balsa Estonia é de 909 pessoas. A balsa afundou anteontem na costa finlandesa quando navegava de Tallin, Estônia, a Estocolmo, Suécia.
O Ministério do Interior da Estônia disse que o número de pessoas a bordo do barco na hora do acidente era de 1.049.
Anteontem, a informação era de que 964 pessoas estavam na balsa. Os operações de resgate continuaram ontem. Mais sete cadáveres foram encontrados, elevando o total para 65.
Segundo o chefe da operação, o oficial da Guarda Costeira finlandesa Raimo Tiilikainen, ainda há 844 desaparecidos mas as chances de encontrá-los vivos são mínimas.
Juha Niinikoshi, cirurgião chefe do hospital da Universidade de Turku, na Finlândia, onde grande parte dos 140 sobreviventes está internada, disse que foi um milagre que alguém tenha se salvado.
Os sobreviventes passaram cerca de seis horas na água a menos de 10ºC do mar Báltico. Na água fria, as pessoas morrem de hipotermia depois de algumas horas.
Um dos sobreviventes, um sueco de 77 anos, tinha uma temperatura de 25ºC quando foi resgatado.
Ele é um dos mais velhos sobreviventes. O mais novo é Mats Finnager, um norueguês de 12 anos. Sua irmã e seu pai, que viajavam com ele na Estonia, estão desaparecidos.
O mar ainda turbulento no local do naufrágio impede o início do trabalho de resgate dos restos da embarcação. Supõe-se que os corpos da maioria dos desaparecidos esteja ainda dentro da Estonia.
Além disso, só a análise do barco permitirá saber o que causou o acidente. Uma equipe com representantes da Suécia, Estônia e Finlândia foi montada para investigar as causas do acidente mas por enquanto se baseia apenas em relatos de testemunhas.
O mais importante desses relatos seria o do capitão da balsa Aavo Pith. Ele está internado em um hospital da Finlândia.
Os relatos do marinheiro Enrik Sillaste, 24, e do passageiro estoniano, Aundus Maidre, 19, indicam que o compartimento de carga do navio se encheu de água antes de o barco virar e afundar.
Sillaste estava na sala das máquinas e viu por um monitor de televisão a água entrando. Maidre disse que dormia em sua cabine quando ouviu barulho como de caminhões colidindo.
Autoridades do porto de Estocolmo disseram que se tivesse entrado água no compartimento dos carros, ela causaria a colisão dos carros e caminhões embarcados o que desequilibraria mais o barco.
As investigações terão que responder por que a água entrou no compartimento. Inspetores suecos haviam encontrado partes da vedação de borracha da porta da balsa quebradas. Eles mesmos disseram, porém, que a falha era insuficiente para ter causado o acidente.
A Estonia estava segurado junto à Lloyd's de Londres em cerca de US$ 60 milhões.

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